Os 16 alunos que vão terminar o Curso de Barbeiro do Senac-Niterói, na sexta-feira, depois de três meses ainda não se sentem seguros para fazer barba, cabelo e bigode de clientes, como um prospecto distribuído a eles prometia ensinar a profissão. Eles dizem que foram bigodeados pelo Senac, que cobrou um preço cabeludo pelo curso, mas enganou-os com algumas poucas aulas práticas.
Por isso, a turma quer que o Senac prorrogue o curso, com mais treinamento de cortes de cabelos masculinos, para que segurem a tesoura com confiança e profissionalismo.
Quando fizeram a matrícula, foram informados que o Senac conseguiria voluntários para se sentar na cadeira de barbeiro, através das Ações Sociais promovidas pela entidade. Mas isto não aconteceu.
Placa não atrai voluntários
O prospecto do curso dizia que aprenderiam a realizar diversos cortes masculinos, de acordo com o estilo e o rosto do cliente, além de designer de barbas, bigodes, cavanhaques e efeitos de cor, mas ficou tudo no papel, diz um aluno revoltado.
Nem a placa colocada na vitrine da sala com vista para a Rua Almirante Tefé (foto) conseguiu atrair cobaias e para treinar os alunos tiveram que recorrer a amigos e parentes. Só que poucos se propuseram a colocar suas cabeças nas mãos dos aprendizes.
O curso é caro. Custa R$ 1.600,00, fora a compra de material a ser utilizado nas aulas, como duas máquinas, tesouras, navalete, pentes, escovas e capa. O total chega a R$ 2 mil.
Esses órgãos do Sistema S, como o Senac tem a finalidade educativa e de aprendizagem. Deveriam ser proibidos de cobrar para ministrar cursos profissionalizantes, já que recebem bilhões de reais do Governo Federal, para essa finalidade.
O que se vê é o contrário. A grana é usada para bancar altos salários e mordomias de dirigentes que se perpetuam em entidades sindicais, para não perderem a boca grande do S.
(Atualizado em 03/02/20)
Em nota enviada a Coluna, o Senac afirma que já está atendendo ao pleito dos alunos do curso de barbeiro.
“Informamos que as demandas dos alunos da turma de Barbeiro vêm sendo atendidas prontamente pelo Senac RJ, desde o primeiro pleito, feito em dezembro de 2019. Destacamos ainda que, em todas as aulas práticas da referida turma, havia modelos. Realizamos também ações, nas quais foram viabilizadas aulas práticas e, na próxima semana, haverá uma nova atividade nos mesmos moldes”.
Muito boa reportagem.