Publicidade
Notícias

Witzel aposta no jogo para sair da crise

Publicidade

Para evitar a bancarrota do Estado do Rio, prevista pelo governador fluminense Wilson Witzel para acontecer em julho, quando o déficit atual de R$ 8 bilhões nas contas públicas chegará a R$ 11 bilhões, ele defende a legalização do jogo no país como uma das soluções contra a falência do governo estadual.

A proposta não é nova e ressurge sempre em tempos de crise econômica desde que o presidente Eurico Dutra mandou fechar os cassinos em 1946. Há quase 60 anos atrás, o governador Roberto Silveira foi mais pragmático ao seguir o exemplo do governador da Bahia, Juracy Magalhães, fazendo uma legalização branca do jogo do bicho. Em troca, 37 banqueiros do jogo mais popular do país contribuíam mensalmente com cerca de três milhões de cruzeiros, que eram distribuídos pelo governador a 190 casas de caridade fluminenses.

Hoje, Witzel encontra os hospitais sucateados, com pacientes internados em enfermarias e CTIs sem nenhuma refrigeração, dentre tantas outras dezenas de mazelas herdadas de governantes presos pela Operação Lava Jato.

Em agosto de 1960, o então governador Roberto Silveira dizia ao jornal Correio da Manhã: ‘Tolero o jogo do bicho porque ele é a loteria do pobre. Se temos de proibi-lo, não podemos permitir, também, as apostas em corridas de cavalo fora dos prados, as loterias, os bingos nos clubes sociais, e, sobretudo, o pif-paf e suas variações, que levam à corrupção e o vício dentro dos próprios lares, sem que a Justiça e a polícia se ofendam”.

No início de sua gestão, Silveira reprimiu fortemente o jogo fechando os locais de apostas. Logo voltou atrás, depois que um grupo grande de apontadores do jogo do bicho desempregados fizeram protestos na Assembleia Legislativa e no Palácio do Ingá (então sede do governo).

Agora, se a legalização do bicho vai sanear ou não o caixa do governo estadual, somente o tempo dirá. Diga-se que muito tempo ainda haverá de correr até que a legalização do jogo se concretize no país. Até lá, é melhor o governador Witzel não apostar todas as fichas nessa proposta. Deveria cercar pelos sete lados, não o bicho, mas corruptos e corruptores que têm mais sorte com a sonegação fiscal.

 

 

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

Recent Posts

Caos na saúde infantil: Getulinho manda crianças buscarem socorro em SG

Prefeitura de Niterói já entregou, este ano, R$ 58 milhões para OS fazer a gestão…

3 dias ago

Cientista niteroiense tem brilhante carreira reconhecida internacionalmente

Renato Cotta toma posse no MAE Alumni Hall of Fame da North Carolina State  University…

5 dias ago

Desembargador niteroiense desafoga o TJ com mediações amigáveis

Desembargador César Cury defende a mediação como a melhor solução para a resolução de conflitos Só este…

6 dias ago

Dicas para os cariocas aproveitarem o feriadão do G20 em Niterói

Do pátio do MAC, na Boa Viagem, descortina-se um leque de opções para o visitante…

1 semana ago

Pinheiro Junior faz 90 anos buscando a verdade como a melhor notícia

Pinheiro Junior com a beca dos imortais da Academia Fluminense de Letras, no dia de…

2 semanas ago

Grael vai à Conferência de Clima enquanto Niterói alaga com pouca chuva

A Rua Presidente Pedreira, no Ingá, mais uma vez vira um rio, mesmo quando a…

2 semanas ago
Publicidade