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Coluna do LAM

Vereador: milícias já invadiram Niterói

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A revelação foi feita em uma excelente entrevista que o policial federal e vereador Sandro Araújo (foto), do PPS, concedeu a repórter Maria Luisa Mello, do Jornal do Brasil, domingo último, 20 de maio.

Por toda a cidade já circulavam informações, não confirmadas, de que os paramilitares estariam atuando em algumas frentes. Por exemplo, muitos flanelinhas trabalham para eles, repassando 80% do faturamento. Algumas escolas também resolveram pagar a milicianos para conter a onda de assaltos, só que a verdade é muito mais grave.

Na entrevista o policial e vereador é apresentado como “ameaçado quase que diariamente pelas redes sociais, pelo celular e pelos telefones fixos de seu gabinete, por conta de suas denúncias e cobra uma atuação mais incisiva do poder público para coibir a atuação das milícias em Niterói que, segundo ele, já cobra taxas de segurança em diversos estabelecimentos comerciais, incluindo escolas e supermercados.”

Sandro Araújo disse que por trás da onda de assaltos que tomou Niterói recentemente está uma ação orquestrada para causar terror à população. Comentou que “nenhum criminoso no mundo assaltaria pessoas ou estabelecimentos usando fuzis para obter celulares e alguns trocados. Não tenho dúvida de que se trata de uma ação que visa a implantação de grupos que, em princípio, oferecem segurança privada para, em seguida, tornar a população refém.” Os bairros da Zona Sul e da Região Oceânica são os principais alvos dos paramilitares.

Ele aponta a desorganização da prefeitura como um dos fatores. “A gente vive uma dicotomia que é o coronel Paulo Henrique (Secretário de Gestão de Segurança), ex-Bope, uma das pessoas que conheço que mais entendem de polícia, trabalhando para tentar visualizar as estatísticas e cumprir planos de médio e longos prazos enquanto a Secretaria de Ordem Pública se mostra totalmente em descompasso com isso”.

Sobre o “Niterói mais Seguro”, convênio da prefeitura com o governo do estado, Araújo explica que são PMs que já atuavam no Proeis e, agora, usam a braçadeira do “Niterói mais Seguro”. “Esses caras escolhem seu horário de trabalho, geralmente o turno da tarde. Como são voluntários não querem ficar de noite nas ruas, o que gera um déficit de segurança no período noturno. Esses assaltos que aconteceram em Icaraí, São Francisco e Região Oceânica ocorreram durante a noite.” O vereador lembrou que o 12º Batalhão da PM tem sérias dificuldades de logística, equipamentos, viaturas, material humano. Segundo ele, para começar a combater a violência as entidades de segurança devem trabalhar 24 horas.

Vamos esperar que as autoridades locais pelo menos levem o Jornal do Brasil para os generais da intervenção lerem.

 

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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