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Vacina vai chegar, mas eleitor quer saber como saúde pode melhorar em Niterói

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A imunização contra o Covid-19 está prestes a chegar. A Fiocruz prevê começar a produção de vacinas em janeiro de 2021. Nesse mês o novo prefeito de Niterói tomará posse. Antes de elegê-lo, o eleitor quer saber como cada candidato pretende cuidar da saúde da população.

A crise econômica fez grande número de pessoas perder emprego e plano de saúde, passando a depender mais da rede pública. Niterói, que há dez anos tinha 2,33 leitos do SUS por mil habitantes, chegou a 2019 só com 1,56 leitos/mil hab nos hospitais públicos, como aponta levantamento da Fiocruz. Este ano foram acrescentados 260 leitos à rede municipal para atender os contaminados pelo coronavirus. A pandemia não está vencida. A doença deixa sequelas tanto em alguns pacientes como na vida da cidade. Os números de casos e de mortes, segundo registro da Prefeitura, continuam a ser preocupantes, entrando novembro com média de dois óbitos/dia.

Qual diagnóstico o candidato faz da saúde em Niterói e como vai cuidar dos hospitais, policlínicas, postos médicos e unidades de emergência? A Coluna perguntou aos seis candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional. Veja a seguir as respostas de cada um, pela ordem alfabética:

 

ALLAN LYRA (PTC) – 36

Com uma rede pertencente ao município de Niterói composta por 83 unidades de saúde, incluindo neste rol, por exemplo, hospitais municipais, unidades básicas de saúde, policlínicas regionais e unidades do Programa Médico de Família, etc; a cidade já foi referência no atendimento à saúde no Rio de Janeiro e no Brasil. Contudo, atualmente, vive uma séria crise de gestão nesse setor.

Hospitais municipais, como o Hospital Municipal Carlos Tortelly, vivem problemas de falta de leitos, falta de equipamentos e problemas estruturais que necessitam de urgência por parte da Administração Municipal. Podemos citar, como exemplo, o tomógrafo que só foi adquirido recentemente pelo município, proveniente de emenda parlamentar na Câmara dos Deputados, e a cidade ainda não tem um mamógrafo na Rede Municipal de Saúde. O enfoque da gestão municipal nas áreas de atenção básica à saúde e de urgência e emergência devem ser as marcas do serviço de saúde prestado em Niterói, para que nossa cidade volte a ser referência no setor, utilizando parcerias com o Governo Federal, com as Forças Armadas e com o Corpo de Bombeiros, a fim de melhorar o seu atendimento. Também desejamos criar o programa “Corujão da Saúde”, que irá alugar clínicas e hospitais privados nos turnos da noite e madrugada para a realização de exames, buscando a redução nas imensas filas de espera da saúde pública. Também vamos construir uma policlínica na comunidade do Preventório e vamos criar um núcleo de atendimento do Hospital do Câncer em Niterói. 

AXEL GRAEL (PDT) – 12

A pergunta enviada ao candidato no dia 03/11, através de sua assessoria de imprensa, não foi respondida até a hora da publicação deste post.

 

DEULER DA ROCHA (PSL) – 17

Um dos principais problemas no que diz respeito à saúde de nosso município é que não há políticas de prevenção de doenças. Vamos ter a promoção da medicina preventiva, baseada na utilização da telemedicina e quaisquer outros mecanismos tecnológicos advindos para seu desenvolvimento fortalecendo assim a estrutura de saúde de acordo com diagnósticos baseados no que existir de mais moderno na área médica.

Vamos providenciar a criação do Hospital para Mulher, destinado a cobertura ampla do que se refere a realização de exames e consultas, bem como ao atendimento ambulatorial e internação de mulheres, a partir da adolescência até alcançar a melhor idade.

Vamos também reduzir o tempo de acesso oportuno dos usuários aos serviços de saúde, seja de baixa, média e alta complexidade por meio de implementação de soluções tecnológicas, ampliação de quadro profissional, de melhorias na infraestrutura física das unidades de saúde e central de regulação, ampliação de vagas para consultas especializadas e leitos. E também criaremos o Hospital Municipal Veterinário, com atendimento ambulatorial, cirurgias, vacinas e uma gama de medicamentos disponibilizados de forma gratuita à donos de animais de estimação, 24 horas por dia.

 

FELIPE PEIXOTO (PSD) – 55

Nosso primeiro ato de governo será municipalizar o Hospital Oceânico. Ele continuará exclusivo para atendimentos da Covid-19, e quando a pandemia passar iremos transformá-lo num hospital referência, com serviços de saúde funcionando 24 horas. A prefeitura tem quase R$ 4 bilhões de orçamento anual, não tem sequer um aparelho de ressonância magnética e ainda marca consultas e outros atendimentos em um pedacinho de papel. O sistema de saúde do município é totalmente desarticulado. Precisamos reorganizar, definir o perfil dos hospitais e reestruturar todas as unidades do município, com modernização física e integração de toda a rede. Planejamos construir novos equipamentos de saúde, como a primeira Upinha da cidade para atendimento de crianças e jovens até 14 anos, uma unidade médica e um Centro de Imagem de primeiro mundo que vão levar para o cidadão serviços especializados com rapidez e eficiência no diagnóstico. Vamos também investir em atenção básica, modernizando e ampliando as equipes do programa Médico de Família, além de reformar o Hospital Psiquiátrico de Jurujuba e criar uma rede de atendimento psicológico e de residências terapêuticas na cidade.

FLÁVIO SERAFINI (PSOL) – 50

Até o dia de hoje, mais de 520 pessoas morreram em decorrência do Covid-19, uma taxa de mortalidade maior que a média brasileira e de cidades como São Gonçalo. Nossa cidade pagou um alto preço pelas muitas carências na saúde e por escolhas erradas da Prefeitura, como a flexibilização e a reabertura antecipada, contrariando o comitê científico. Além disso, as fraquezas da nossa rede se mostraram evidentes. Com equipes pequenas e poucos agentes comunitários, Niterói não conseguiu realizar uma vigilância ativa.

Nós vamos universalizar o programa Saúde da Família e fortalecer as equipes, inclusive de saúde bucal. Garantiremos a retaguarda de leitos e especialidades municipalizando o Hospital Oceânico e fortalecendo o SUS. Cortando 50% dos cargos comissionados e diminuindo as terceirizações, nós realizaremos concurso para médicos, enfermeiros, fisioterapeutas etc. Também vamos cuidar da saúde mental abrindo Centros de Atenção Psicossocial tipo 3, que funcionam 24 horas, e investindo nos Serviços Residenciais Terapêuticos. Queremos que o niteroiense lembre da nossa gestão como a época em que os direitos sociais foram garantidos.

 

JULIANA BENICIO (NOVO) – 30

Os relatos dos usuários dão a dimensão da baixa qualidade do serviço ofertado: filas para consultas e cirurgias (mais de um ano de espera), burocracia para atendimento, rotineira falta de remédios, falta de condições de trabalho nos hospitais, denúncias de superfaturamento, demora de mais de 30 dias para obtenção dos resultados de exames básicos, como sangue, urina e fezes, desvio de função de agentes de saúde, atendimento rude aos usuários, elevado número de pessoas atendidas pelo Médico de Família, falta de exames de imagem, tratamento

inadequado de gestação de risco, prática de contratação de autônomos por período acima do permitido por lei, entre outros inúmeros casos que configuram um serviço de saúde pública abaixo da dignidade humana.

As principais ações para a estruturação das Unidades Primarias de Saude (UPS): Limitar em 2.000 pessoas o atendimento por cada equipe de UPS; Entregar medicamentos para controle e prevenção de doenças na casa do cidadão cadastrado na unidade; Implantar mecanismos transparentes de controle e monitoramento de cada UPS; Desenvolver e fomentar ações pedagógicas relativas à saúde da família que aproximem a UPS da comunidade e atuem mais efetivamente na prevenção; Fazer acompanhamento próximo e rotineiro, principalmente, dos idosos, gestantes, crianças no primeiro ano de vida, diabéticos, hipertensos e adolescentes.

  

Amanhã (09/11): Escolas fechadas pela pandemia vão recuperar como o tempo perdido?

 

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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