Para lutar “por um mundo melhor”, o prefeito de Maricá e presidente do PT do Estado do Rio, Washington Quaquá, abre às 10h de quarta-feira (22-06), o Festival Internacional da Utopia, ao lado do ex-presidente Lula e da ativista política Aleida Guevara (pediatra filha de Che Guevara).
Só que para realizar o evento que vai até o dia 26, os alunos da Escola Municipal João da Silva Bezerra, no bairro Divinéia, vão ficar sem aulas por uma semana (no foto, a escola fechada). As atividades escolares foram suspensas hoje e vão ser retomadas na segunda-feira, dia 27. Mesmo assim, somente para as turmas do segundo turno, a partir das 13h.
Pais e responsáveis receberam na semana passada o aviso da Secretaria municipal de Educação, informando que a escola vai servir “para a acomodação dos participantes do evento”.
Além de Guevara, Quaquá convidou (e a prefeitura vai gastar cerca de R$ 1 milhão com passagens aéreas) a presidente afastada Dilma Roussef; a ativista Vandana Shiva; o escritor paquistanês Tariq Ali; o ator americano Danny Glover; João Stedile, do MST; o ex-senador Eduardo Suplicy; o economista Paul Singer; e os deputados federais Jandira Feghali e Jean Willys.
— Vai ser uma grande reunião de pessoas que lutam por um mundo melhor, com grandes lideranças mundiais. Será um espaço muito grande de resistência cultural e social, neste momento de retrocesso no Brasil – diz Quaquá.
Vão ser montadas tendas na praia da Barra de Maricá, como a dos Pensadores e a dos Trabalhadores, mas também haverá um palco por onde desfilarão cantores populares contratados pela Prefeitura de Maricá para atrair o público e garantir o sucesso de audiência do evento que o prefeito sonha que venha a ser como uma FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty).
Para não perder a viagem, o evento petista também vai verberar contra “o golpe”: “Em um contexto político que se agrava a cada dia, a presidenta eleita Dilma Rousseff participará da atividade para receber a solidariedade e a força dos grupos que defendem sua volta”, diz texto de apresentação.
Ninguém explica, porém, como Quaquá pretende alcançar a utopia, ou seja, a sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade se já começa deixando mais de uma centena de alunos sem aulas na escola pública de Divinéia transformada em camarim.