Beneficiários da Unimed Rio com planos de cobertura nacional continuam sem atendimento na maioria dos consultórios e clínicas de Niterói. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informa que “todas as operadoras de planos de saúde, inclusive as que se encontram em Direção Fiscal (como é o caso da Unimed Rio), têm a obrigação de manter uma rede credenciada adequada e suficiente para garantir a assistência à saúde de todos os seus beneficiários”.
A maioria dos profissionais niteroienses cooperados à Leste Fluminense não está atendendo pacientes da Unimed Rio porque estão sem receber desde abril. O presidente do Sindicato dos Médicos de Niterói e São Gonçalo, Clóvis Cavalcanti, diz que a dívida da cooperativa carioca pela prestação de serviços médicos da Leste Fluminense está acumulada em R$ 46 milhões e que “a bola de neve aumenta a cada mês”.
A ANS informa que “os beneficiários que enfrentarem dificuldades no atendimento prestado por operadoras de planos de saúde devem procurar a operadora para que ela solucione o problema e também registrar reclamação na ANS, através dos seus canais de atendimento: Disque ANS (0800 701 9656), Central de Atendimento ao Consumidor no portal www.ans.gov.br ou ainda, presencialmente, em um dos 12 Núcleos da ANS existentes nas cinco regiões do país.”
Mas isto não tem sido suficiente para aqueles que já seguiram este trâmite obterem o tratamento médico em Niterói e em São Gonçalo, porque ficam em um jogo de empurra com a ANS que recebe a reclamação, encaminha para a operadora e esta responde que “não há problema algum”.
MP propõe termo de ajustamento de conduta à Unimed Rio
Nesta segunda-feira (05-09), membros do Ministério Público reuniram-se com a nova diretoria da cooperativa carioca e amanhã farão o mesmo com a direção da Unimed Leste Fluminense a fim de propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir o funcionamento do intercâmbio entre as duas empresas e não prejudicar mais os beneficiários dos planos de saúde.
A Unimed Rio já estaria com um déficit total de R$ 1,8 bilhão a ser coberto inclusive com aportes feitos pelos seus cinco mil médicos cooperados. Desde o ano passado, a cooperativa está sob intervenção da ANS sendo acompanhada de perto por um agente nomeado pela agência. A assessoria de imprensa da ANS acrescenta que, “ao longo do regime, o Diretor Fiscal é responsável por elaborar relatórios que reportem os dados da empresa, analisar as medidas de saneamento que estão em curso e avaliar os dados contábeis e econômico-financeiros”.
A diretoria da Unimed Rio está convocando seus mais de cinco mil médicos cooperados para uma assembleia geral extraordinária dia 27 de setembro, na Barra da Tijuca. Vai apresentar o programa de saneamento da cooperativa e suas necessidades atuais de caixa, bem como discutir e deliberar sobre a forma de capitalização de recursos através de aportes financeiros que, inicialmente, deverão ser de R$ 92 mil para cada cooperado.
Na última semana, a ANS autorizou a Unimed Rio a voltar a vender dezoito modalidades de planos de saúde que estavam suspensos por causa de reclamações de consumidores acerca da demora ou qualidade de atendimento. (Confira a relação dos planos da Unimed Rio liberados para a venda).