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Unimed Rio fica sem médicos em Niterói

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Pacientes dos planos de saúde da Unimed Rio deixarão, a partir desta segunda-feira (22/08), de ser atendidos pelos 1.300 médicos, clínicas, laboratórios e hospitais de Niterói e São Gonçalo cooperados da Unimed Leste Fluminense, conforme decisão de seu conselho de administração. Os sucessivos atrasos no pagamento dos serviços prestados pela rede médica niteroiense, por parte da cooperativa carioca, motivaram a deliberação.

O atendimento aos beneficiários de planos de cobertura nacional da Unimed Rio, que está sob intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é feito através de um sistema de intercâmbio entre as cooperativas coirmãs, regulado pela Unimed nacional.

Em Niterói, cerca de trinta por cento da produção dos médicos, clínicas, hospitais e laboratórios cooperados da Unimed Leste Fluminense é de serviços prestados a pacientes da Rio, dentre eles quinze mil advogados inscritos na subseção da OAB da ex-capital do Estado do Rio, além de outros milhares de moradores da cidade que aderiram a planos de cobertura nacional esperando contar com uma rede maior de atendimento do que a oferecida pela cooperativa médica local.

Os repasses pelo custo dos atendimentos e dos procedimentos médicos são feitos através de uma câmara de compensação, mas os prazos acordados para a liquidação das faturas vinham sendo descumpridos seguidamente pela Unimed Rio, segundo afirmam cooperados da Leste Fluminense. O último pagamento recebido este mês foi referente à produção de abril.

Os beneficiários da Unimed Rio, por sua vez, lembram que caso atrasem por mais de 60 dias o pagamento dos boletos eles são sumariamente cortados do plano de saúde perdendo direito, inclusive, aos prazos de carência já cumpridos caso migrem para outra operadora.

Atendimentos eletivos suspensos

A nota distribuída pela Unimed Leste Fluminense a seus cooperados diz que deixará de encaminhar novas autorizações de procedimentos eletivos (que não são de urgência) a partir desta segunda-feira. A partir de quarta-feira (24/08) também estarão suspensos os atendimentos eletivos (consultas).

O comunicado é o seguinte: “Em decorrência dos atrasos sucessivos nos repasses da Unimed Rio pela Câmara de Compensação Rio de Janeiro (CCRJ) E APÓS VÁRIAS TENTATIVAS DE SOLUCIONAR O PROBLEMA SEM OBTERMOS ÊXITO, O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIMED LESTE FLUMINENSE, com base no estabelecido pelas regras do Manual de Intercâmbio Nacional (MIN), comunica que a partir de 22/08/16 não encaminharemos novas autorizações de procedimentos eletivos dos beneficiários da Unimed Rio, assim como, A PARTIR DE 24/08/16 ESTARÃO SUSPENSOS OS ATENDIMENTOS ELETIVOS (consultas e procedimentos), ainda que tenham sido previamente autorizados. SOLICITAMOS AOS COOPERADOS QUE, NESSES TRÊS DIAS QUE ANTECEDEM A SUSPENSÃO, INFORMEM AOS CLIENTES DAQUELA SINGULAR SOBRE DECISÃO DA UNIMED LESTE FLUMINENSE”.

O Manual de Intercâmbio Nacional prevê que a Unimed executora dos serviços poderá suspender o atendimento a beneficiários da Unimed de origem “nos casos em que houver atrasos nos pagamentos de faturas por período superior a 20 dias, cumulativo ou não, por um período de seis meses”.

Além disso, o manual prevê que no caso de inadimplência “as Unimeds que não efetuarem o pagamento de suas faturas até as respectivas datas de vencimento, estarão sujeitas ao pagamento de dois por cento de multa incidente sobre o valor principal de cada fatura, acrescidos de juros de um por cento ao mês pro rata die e mais correção monetária”.

A Unimed Rio está sob intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) até março de 2017 para que saneie suas finanças. Recentemente, um grupo de vinte médicos cooperados formou uma junta interventora que deverá marcar nova eleição para a diretoria da cooperativa.

A maior crítica feita à diretoria destituída é que em 2013 ela comprou a carteira de 160 mil segurados da Golden Cross, o que teria acarretado já no ano seguinte um prejuízo de 192% à Unimed Rio, além do patrocínio do time de futebol do Fluminense.

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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