Publicidade
Notícias

UFF abate árvores no Morro do Caniço, atrás do prédio da Reitoria, em Icaraí

Publicidade

A Universidade Federal Fluminense está desde o dia 23 de dezembro derrubando árvores do Morro do Caniço, que fica atrás do prédio da Reitoria, na Rua Miguel de Frias, em Icaraí. Moradores vizinhos ouvem as motosserras desde a véspera do Natal. Eles procuraram saber o motivo do desmatamento. Funcionários da UFF disseram que era porque alguns troncos estavam com cupim.

O prédio do antigo Cassino Icarahy também abriga um escritório da Advocacia Geral da União (AGU). Funciona como órgão de assessoramento jurídico e consultivo junto à Reitoria da UFF. Mas no endereço não existe nenhuma placa, como determinam as Leis Ambientais, em que constem os números de processos da Secretaria de Meio Ambiente de Niterói e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) referentes à:

1) supressão de vegetação;

2) certidão de anuência do INEA;

3) licença de desmonte;

4) licença de instalação;

5) licença de demolição, com o nome do responsável, com inscrição no Crea.

Preservar ou não preservar, eis a questão

O Morro do Caniço estava incluído no Plano Diretor Urbano de 1992 dentre os elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos sujeitos à proteção, com sua encosta considerada prioritária para reflorestamento (art.129 da Lei 1157/92).

Já o Plano Diretor de 2019 (Lei 3.385 de 21/01/19) deixou de citar nominalmente o Morro do Caniço e todos os outros de Niterói. Descreve as Áreas de Preservação Permanente (APP) como “áreas protegidas, ambientalmente frágeis e vulneráveis, podendo ser públicas ou privadas, urbanas ou rurais, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, a permeabilidade do solo, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”.

A UFF, uma das maiores universidades públicas do país, deveria servir de modelo aos seus 50 mil alunos, que ali vão em busca de ensino, mas que precisam também receber noções de ética e cidadania, como o exercício dos direitos e deveres, não de maus exemplos.

Ficam as perguntas: Como se dará a compensação ambiental? A UFF tem autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Niterói e do Inea para derrubar as árvores?

Os três órgãos públicos têm a obrigação e o dever de prestarem contas aos cidadãos, que pagam altos impostos para manter esta inchada máquina burocrática funcionando.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

Recent Posts

O alfaiate de Niterói que veste imortais da Academia Brasileira de Letras

Diogenes dá os últimos retoques no fardão que o novo imortal José Roberto Castro Neves…

13 horas ago

Niterói D’Or registra crescimento em cirurgias de alta complexidade no primeiro semestre

Hospital Niterói D'Or amplia a complexidade dos atendimentos e cirurgias / Divulgação O Hospital Niterói…

14 horas ago

O refúgio literário do imortal Marco Lucchesi em um paraíso de Niterói

Marco Lucchesi comanda a Biblioteca Nacional, uma das mais importantes do mundo Desde os 12 anos, Marco…

2 dias ago

Cavalos na orla de Charitas expõem risco ambiental e falta de fiscalização

Cavalos continuam na orla de Charitas, enquanto prefeitura de Niterói ignora denúncias de moradores A…

3 dias ago

João Pedro brilha no britânico Chelsea com gestão niteroiense

Gustavo Bazilio e João Pedro em jantar no Rio, na véspera dele embarcar para disputar…

5 dias ago

Surge mais um bistrô/cafeteria reduzindo a febre de farmácias em Icaraí

Nova onda em Icaraí. Bistrôs e cafeterias favorecem o convívio social nas ruas do bairro Novos bistrôs e…

7 dias ago
Publicidade