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Túnel arrasa tudo para abrir só em março

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A construção do túnel Charitas-Cafubá, obra que o prefeito Rodrigo Neves pretende inaugurar simbolicamente no próximo dia 22/12, já que os acessos somente estarão concluídos em março, causou a destruição de uma área que o Hospital Psiquiátrico de Jurujuba utiliza há anos. A abertura de uma saída para o túnel em Charitas está arrancando árvores e remexendo sítios arqueológicos sem critério, denuncia o vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL), presidente da Comissão de Saúde da Câmara.

Em reunião com a Associação de Moradores e Amigos da Fazendinha (Amaf), representantes da prefeitura informaram que a abertura do túnel ao tráfego somente se dará após a conclusão dos acessos, prevista para o fim do primeiro trimestre de 2017. A inauguração das galerias será dia 22/12, em caráter simbólico.

Em nota aos associados, a Amaf informa, ainda, que a rótula do Cafubá (Mercado Mix) será fechada para intervenções na próxima segunda-feira (12/12). A previsão é que esteja liberada em até dois meses. “Neste período, o trânsito será desviado por trás da igreja São José, cruzando a Avenida 7 para acesso à Avenida 8”.

Dirigentes da Amaf alertam, ainda, os moradores para redobrar a atenção à saída do Residencial Fazendinha, “considerando o aumento do fluxo de veículos na Avenida 8”.

Hospital Psiquiátrico prejudicado pelas obras

O vereador Paulo Eduardo Gomes denuncia o descumprimento de acordos firmados pela prefeitura com representantes da sociedade em audiência pública na Câmara. Ele diz que as obras do túnel ao lado do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba estão sacrificando árvores “sem que haja necessidade para a abertura da nova via”, assim como ”vestígios arqueológicos estão sendo remexidos sem critério pela Emusa, em desrespeito ao meio ambiente e à memória deste local”.

Em nota, o vereador adverte que o HPJ precisa ser preservado pela sua importância para a saúde mental e acrescenta o seguinte: “Infelizmente o prefeito não ouviu aos apelos dos profissionais de saúde, usuários e familiares da saúde mental. As demolições não estão só desconsiderando os pacientes, estão também desrespeitando as características do local e agredindo o meio ambiente. Um verdadeiro absurdo esse tipo de ação do Poder Público, totalmente desconexa com o que foi combinado e construído ao longo de reuniões e assembleias com pacientes, profissionais de saúde, membros do Executivo e parlamentares”.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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