O motorista da foto precisou fazer três manobras até conseguir entrar na garagem. Vizinhos já se perguntam como ficará o trânsito da Avenida Paulo de Mello Kale quando um morador precisar ser socorrido por uma ambulância ou receber compras entregues pelo supermercado ou alguma outra loja. Sem falar que caminhões de mudança não terão como parar na porta de qualquer casa da rua.
Para os ciclistas, nada de ciclovia na estreita pista da Paulo de Mello Kale. Terão que pedalar suas bicicletas no meio da rua, arriscando-se a ser atropelados. Nas calçadas de pouco mais de um metro de largura, pedestres têm também que vencer obstáculos criados pelos postes. E os deficientes visuais ficaram sem o piso tátil. A empreiteira que constrói a TransOceânica colocou a sinalização colada ao meio-fio, mas teve que quebrar o piso diante do absurdo que cometera.
Esta obra de R$ 310 milhões, que os contribuintes niteroienses terão que pagar com juros e correção monetária pelos próximos 20 anos, está cheia de erros, tanto na construção das pistas seletivas para os chamados ônibus BHLS quanto pela falta de pontos de travessia para carros e pedestres ao longo de cerca de seis quilômetros. Os únicos locais previstos no projeto ficam a cerca de meio quilômetro uns dos outros.
O presidente do Conselho Comunitário da Região Oceânica (CCRON), Gonzalo Peres, disse que, como as ruas estão sendo abertas sem sinalização, sem redutores nem limites de velocidade, muitos acidentes vão ocorrer pelo menos até a conclusão das obras.
Depois do abalroamento de uma moto por um carro na Avenida Paulo de Mello Kale, em julho, quando um motociclista morreu, quatro atropelamentos já aconteceram na via sem sinalização de trânsito.
Gonzalo diz ainda que a Prefeitura deveria ter feito um planejamento adequado antes de dar início à quebradeira geral, que está trazendo prejuízo para comerciantes e transtornos para os moradores.
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