O fisiologismo que o PT pratica no governo federal ocorre também em grande escala em Niterói, onde o prefeito Rodrigo Neves, que trocou o partido vermelho pelo Partido Verde para tentar a reeleição, aumentou substancialmente os gastos públicos neste ano de eleição criando novas secretarias e entregando cargos a antigos e novos aliados.
Para obter apoio de políticos profissionais, o ex-petista formou uma aliança com vinte partidos, dos grandes, como o PMDB, aos mais novos, como o Partido da Mulher Brasileira.
Para criar e manter essa aliança, Rodrigo assinou centenas de atos de nomeação publicados no Diário Oficial do município.
O PPS liderou as indicações ao receber a Neltur de porteira fechada, incluindo a presidência e a diretoria da empresa de turismo; o PP ficou com a Secretaria de Indústria Naval; o PMDB com as secretarias de Habitação e da Região Oceânica; o PV com a Secretaria de Meio Ambiente e o Escritório de Gestão de Projetos Especiais; o PTB com uma diretoria na Emusa; o PSD, com a Defesa do Consumidor e a de Desenvolvimento Econômico; a do Idoso, com o Solidariedade; e o DEM, o mais recente contemplado, com a Secretaria Executiva do Caminho Niemeyer.
O PT comanda a maioria das empresas públicas, como Clin, Emusa e Nitprev. As secretarias e administrações regionais também foram divididas entre os 17 vereadores que compõem a base de apoio ao prefeito na Câmara (ficaram de fora os três do PSOL e um do PSDB).
Os vereadores têm, como se fossem capitanias hereditárias, administrações regionais sob seu controle político, para as quais indicam os ocupantes dos cargos comissionados. Assim, a da Engenhoca ficou com José Vicente (PRB); Barreto, com Paulo Bagueira (Solidariedade); Tenente Jardim, Renato Cariello (PDT); Ponto Cem Réis, Emanuel Rocha (Solidariedade); Ilha da Conceição, Milton Cal (PP); Centro e Ingá, Luiz Carlos Gallo (PSL); Icaraí, Rodrigo Farah (PMDB); Jurujuba, Andrigo (Solidariedade); Largo da Batalha, Beto da Pipa (PMDB); e Pendotiba, Carlos Macedo (PRP).
Outras secretarias tem ligação direta com os diretórios regionais dos partidos, como a de São Francisco, entregue ao PSD; Região Oceânica, ao PMDB; Fonseca, Caramujo e Santa Bárbara, ao próprio PT.