O julgamento do rumoroso “Crime de Icaraí”, um feminicídio acontecido nos anos 20 do século passado, quando os homens lavavam a honra com sangue; as duas mortes de Justina Bulhões, moradora do Ingá que doou parte de suas terras para ligar o bairro a Icaraí; a interdição do jurista baiano Teixeira de Freitas, requerida pela esposa e prima; e muitas outras histórias de pessoas que expuseram suas vidas em processos judiciais há mais de cem anos estão contadas no livro “Curiosidades e revelações dos registros notariais”, escrito pelo talentoso jornalista e historiador Emmanuel de Macedo Soares, falecido recentemente na Niterói cujas origens tão bem conhecia.
O livro está disponível para leitura no site do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (clique aqui). Nele, o leitor vai poder apreciar o estilo de grande contador de histórias de Emmanuel de Macedo Soares, que reconstitui os fatos através das notas de distribuição de processos judiciais. O projeto foi idealizado por Gilson Sant’Anna, titular do 1° Distribuidor de Niterói, e editado pelo Instituto de Estudo dos Ofícios de Distribuição e Interdição e Tutela do Brasil.
Na apresentação da obra, a juíza Ana Lúcia Vieira do Carmo destaca que Emmanuel “teve a sensibilidade de retornar, pesquisar e pensar, através das notas de distribuição, o passado”.
Acrescenta que “para o mundo jurídico, os autos formam a verdade processual. Nossa história (dos operadores do Direito) está nas sentenças, nas denúncias, nos inquéritos, nas distribuições. Mas a vida vai além das petições e documentos. E foi assim que a pesquisa aconteceu. As verdades não se encerram no processo, são apenas o ponto inicial para a pesquisa”.
No livro, Emmanuel apresenta histórias de pessoas que expuseram suas vidas nos processos judiciais, lembra a juíza Ana Lúcia, concluindo: “Seus desejos, suas dores e seus alívios ganharam tonalidade poética quando narrados pelo autor de forma viva, mas sem os argumentos técnicos e frios dos autos processuais”.
Gostaria muito de ler essa obra porém não estou conseguindo baixar o pdf no link que consta na matéria.
Tente de novo colando este link no seu browse http://cgj.tjrj.jus.br/documents/1017893/3990687/livro-cgj-ok-21-02-2017.pdf