A recente notícia da redução das tarifas dos catamarãs na linha Rio-Niterói foi recebida com sentimentos mistos pelos moradores de Charitas e São Francisco. Enquanto a economia nos gastos diários trouxe alívio, aumentou a preocupação com o já problemático trânsito nas imediações da estação hidroviária, especialmente nas horas de pico, pela manhã e à noite.
A nova tarifa pode representar uma economia, mas os problemas de infraestrutura e trânsito prometem se agravar. E vale lembrar que o custo desses subsídios acabará sendo pago pelos contribuintes de Niterói, que já enfrentam um dos IPTUs mais altos do país.
A proposta é a prefeitura niteroiense pagar R$ 13,30 por passageiro, passando a tarifa dos R$ 21 atuais para R$ 7,70. A previsão inicial é a de que Niterói desembolse R$ 1,3 milhão por mês. A justificativa para o gasto é desafogar o trânsito da Região Oceânica para o Centro, com o transporte hidroviário mais em conta.
O projeto de Oscar Niemeyer para a estação de Charitas não contemplou baias adequadas para embarque e desembarque de passageiros que chegam de carro. O problema se intensificou com o crescimento do número de motoristas de aplicativos como o Uber. Todos os dias, nos horários de maior movimento, o cenário é caótico, com carros parando na pista da direita ou até em fila dupla, resultando em longos congestionamentos, especialmente no início da noite, quando os catamarãs chegam.
Os impactos negativos não afetam apenas os passageiros e seus familiares, mas também moradores da Região Oceânica que ficam presos nos engarrafamentos diários. A falta de estacionamentos adequados na estação agrava ainda mais a situação.
O único estacionamento rotativo próximo tem capacidade limitada, e uma área que abrigava carros em frente à estação está atualmente cercada para a construção de um edifício. Por outro lado, estacionar no subterrâneo de Charitas exige uma longa caminhada, levando muitos motoristas a ocuparem as ruas internas de Charitas e São Francisco, prejudicando os moradores locais.