Niterói não pode esperar mais por segurança. A violência acontece à luz do dia e da noite, e de tal forma está sendo corriqueira, que já não se toma conhecimento da maioria dos fatos. A Polícia também não, pela dificuldade que as vítimas têm hoje de fazer o famoso Boletim de Ocorrência, já que a partir das 18 horas e nos feriados, sábados e domingos as queixas devem ser levadas à Delegacia de Plantão.
Sobre um crime ocorrido na Região Oceânica ou na Zona Sul, a queixa tem que ser apresentada, por exemplo, no Fonseca, se a 78ª DP for a do dia. Depois de assaltado, o queixoso não vai querer correr o risco de ser novamente vítima num dos bairros mais violentos da cidade.
Outro detalhe, a queixa vai para o sistema que a encaminhará para a delegacia de origem do fato e a investigação não terá prosseguimento porque não existe um setor eficiente, que corra atrás para elucidar o crime.
Não se vê polícia nas ruas.
Precisamos unir todas as forças da cidade, o prefeito, os vereadores, deputados federais e estaduais, a OAB, a CDL, a Firjan, a Ademi, o Conselho Empresarial, enfim todos os segmentos em um mutirão de cobrança, para que Niterói não chegue ao ponto em que o morador não vai mais sair à rua para não ser assaltado.
Já estamos no limite. Vamos seguir o exemplo de líderes do Rio que souberam cobrar e o Governo Federal atendeu. Esse atendimento parcial à Região Metropolitana, já que apenas a capital será contemplada com mais segurança, certamente vai trazer consequências inevitáveis para o lado leste da Baía de Guanabara com a vinda de mais bandidos para Niterói e São Gonçalo.
As providências são para ontem, pois se deixarmos para depois, as consequências serão imprevisíveis.
Concordo plenamente com a reportagem pois a violência em Niterói aumentou tragicamente com as instalações das UPP’s, só não concordo com a opinião preconceituosa do repórter sobre o Fonseca, a Alameda não é a via mais perigosa da cidade.
Um dos 620 agentes da Força Nacional que já atuam no Rio disse, hoje, que “A presença da Força Nacional (no RJ) é apenas um paliativo. Não é a Força Nacional que vai resolver o problema (da segurança) no Rio. Não depende de nós, mas de planejamento e da implantação de uma politica de segurança eficiente”. Acrescento que enquanto os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário não se unirem em torno de um objetivo único (acabar com a violência que inferniza a vida da população) e alguns prefeitos não encararem a situação com seriedade – evitando a danada da demagogia – ainda vai morrer muita gente em Niterói e no Rio. Este ano, já morreram 90 policiais.