Não é primeiro de abril. É fato. A partir do próximo dia da mentira as Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPAs) de Niterói e São Gonçalo deixarão de contar com pediatras. O atendimento será exclusivo para adultos. O governo do Estado está sem dinheiro para continuar mantendo o serviço, mas sofisma dizendo que “está reorganizando o atendimento ambulatorial de emergência”.
Verba do Sistema Único de Saúde (SUS) tem, só que no caso de Niterói, por exemplo, o único hospital infantil da rede pública, o Getulinho, foi demolido em 2013 e o prédio novo ainda não ficou pronto. As crianças que necessitam de cirurgias têm que entrar em uma fila de espera no Hospital municipal Orêncio de Freitas, e os casos ambulatoriais são atendidos em consultórios instalados em contêineres, ao lado da obra do Getulinho, no Fonseca.
A Secretaria de Saúde estadual, que diz estar reorganizando o atendimento na rede estadual de urgência e emergência, com especialização das unidades de saúde, somente prestará atendimento pediátrico nas UPAs de Itaboraí e da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.
Só que este atendimento também não será para agora. A secretaria acrescenta que as UPAS pediátricas passarão por obras para adequar o ambiente físico e o quadro de profissionais. Coisa de uns 45 dias de prazo para ficar tudo pronto.
Ao que parece, não estamos diante da ameaça do zika vírus que provoca microcefalia em bebês; nem da dengue e da tal da chicungunya. E mais, não é preciso dar bola para o novo vírus da gripe (H1N1) que já está circulando na praça e cuja vacina ainda não foi liberada pelo Ministério da Saúde para imunizar crianças e idosos.
Afinal, pela propaganda oficial de petistas, ex-petistas, nouveau vert, etc, “tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis”, repetindo o mantra de Pangloss.
Salve-se quem puder.
Ontem levei minha filha no HCN e desisti, depois que consegui entrar na recepção.
Tinha mais de cinquenta crianças na espera, como minha filha não estava em estado grave, procurei outro atendimento.
Muitas crianças com febre, fomitando. Estamos vivendo um periodo de caos e em vesperas de eleição não vejo um pré-candidato que coloque em seus discursos a intenção de resolver este problema.