Com o discurso de ter sido um preso político, o ex-prefeito Rodrigo Neves se traveste como vítima de uma trama para derrubá-lo da prefeitura de Niterói nas páginas do livro “Golpe derrotado”, que a editora Máquina de Livros vai lançar quinta-feira (17/03) na Livraria Travessa, no Leblon. Em paralelo, corre no Tribunal de Justiça o processo que lhe causou 93 dias de prisão em Bangu 8, sob acusação de recebimento de propina de empresas de ônibus de Niterói.
Rodrigo Neves, que tanto repete ter sido preso sem nunca ter sido ouvido pela Justiça, conta no livro como usou de uma artimanha para faltar a uma audiência no Tribunal, em fevereiro de 2019. O ex-prefeito de Niterói narra ter feito um “grande teatro” em Bangu 8, onde estava detido, para escapar do que acreditava ser uma “armadilha” ligada à operação Lava Jato.
Rodrigo diz que fingiu estar sofrendo um ataque do coração para evitar ser levado da cadeia até o fórum do Tribunal de Justiça, no Centro de Niterói. O ex-prefeito relata: “Era a foto que eles queriam: eu saindo do camburão, algemado (…). Logo concluí que eu não podia ir, de jeito nenhum, porque era uma armadilha! Mas aí combinamos um plano. Umas 5h30m da manhã, faríamos um grande teatro na cela, sugerindo que eu estivesse enfartando (…).”
O livro escrito pelo jornalista P H Noronha tem prefácio do advogado Técio Lins e Silva, que defende Rodrigo Neves denunciando o processo como uma farsa jurídica contra o cliente. O título “Golpe derrotado” não é novo. É idêntico ao do livro escrito pelo também jornalista Flavio Tavares sobre a tentativa de golpe, em 1961, para apear Jango Goulart do poder após a renúncia de Jânio Quadros.
A sinopse do livro que Rodrigo Neves vai usar em sua campanha ao governo do Estado do Rio diz que, com a prisão dele em 10 de dezembro de 2018, denunciado pelo Ministério Público (pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, estelionato e malversação de dinheiro público), “começava ali uma das histórias mais inacreditáveis da jovem democracia brasileira nestes tempos de ataques às instituições, disseminação de notícias falsas e de negação da vida”.
Rodrigo se queixa de ter sido trancafiado em Bangu 8 “sem provas, às vésperas do recesso judiciário, sem direito a ser ouvido, sem julgamento e por tempo indeterminado”. Em contrapartida, o processo que originou a prisão preventiva dele continua em uma estante da secretaria do 3° Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio. Depois de recursos e mais recursos, o processo ainda vai ser redistribuído a uma Vara Cível de Niterói.
Os desembargadores reconheceram que, ao deixar de ser prefeito em 31 de dezembro de 2020, Rodrigo Neves perdeu a prerrogativa de função e, por isso, deve ser julgado em primeira instância. Mas quinze meses após, o processo ainda está longe de atravessar a baía de Guanabara para chegar a Niterói, pois continua enfrentando uma maré de atos processuais que vagueiam sem chegar ao julgamento final.
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