Rodrigo diz apoiar Grael, mas trabalha para voltar ao cargo de prefeito de Niterói

Axel Grael, apesar da amizade com seu líder político, já começou a perceber o maquiavelismo de Rodrigo Neves quando este repete pela imprensa que o prefeito de Niterói terá o seu apoio à reeleição em 2024.

É óbvio que Rodrigo continua candidatíssimo a voltar ao cargo de prefeito de Niterói, posto que ocupou por oito anos seguidos. Seu “apoio” é uma estratégia para se resguardar evitando um lançamento antecipado do seu nome. Ainda mais para quem tem ficha suja, com processos criminais em andamento, repletos de acusações de malversação do dinheiro público, não é bom chamar muita atenção.

Rodrigo Neves sabe usar a máquina pública como ninguém, deixando para Grael, como está acontecendo agora, o ônus do desgaste de uma má administração. Pesam contra o governo municipal o escândalo da Emusa e notícias sobre a situação precária da saúde, onde faltam até medicamentos. Na rede de educação, alunos comem biscoito na refeição do almoço, apesar de o município contar com um orçamento de mais de R$ 5 bilhões. E o niteroiense não suporta mais enfrentar um trânsito caótico, por culpa da falta de planejamento eficiente.

Assumindo a Secretária Executiva da prefeitura, a candidatura de Rodrigo ganhou mais força. Isto porque lidera uma máquina onde mais de 80% dos ocupantes do primeiro escalão foram nomeados por ele durante suas duas gestões como prefeito. Por outro lado, a máquina administrativa além de já estar acomodada há mais de dez anos, não veste a camisa de Grael e muitos desses nomeados já até fazem campanha para o retorno de Rodrigo.

A única dificuldade que Rodrigo está encontrando pela frente é no PDT, apesar de ser presidente do diretório de Niterói. A tendência do ministro Carlos Lupi, que comanda o partido nacionalmente, é manter a tradição pedetista com a candidatura de Axel Grael à reeleição.

Matreiro e percebendo o quadro que se avizinha, Rodrigo vem tentando voltar ao PT, mas tem encontrado reação na sua antiga legenda, ainda mais agora que rompeu com o deputado federal Quaquá, um dos vice-presidentes nacionais do partido de Lula.

Para se manter na esteira esquerdista vem articulando seu ingresso no PSB, mas já avisou ao seu estafe que somente fará isso na hora certa.

Essa indefinição é ruim para o primeiro escalão, que se sente inseguro com essa duplicidade de comando, após a volta de Rodrigo, em importantes áreas da administração municipal. Mas quem sofre mesmo com essa disputa de poder é o pobre contribuinte desta terra de Arariboia.