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Região Oceânica teme ficar a pé

Escrito por Gilson Monteiro às 16:29 do dia 24 de junho de 2016
Sobre: TransEleitoral
24jun

onibus-cafubaA construção da chamada TransOceânica, além dos transtornos causados por todas as obras, gera uma série de dúvidas a moradores e comerciantes. Nenhuma explicação nem justificativa convincente lhes dá a prefeitura de Niterói. Temem que o projeto de R$ 310 milhões, a serem pagos pelos próximos 20 anos, venha a ser uma TransAmazônica, obra até hoje inconclusa, mas que serviu para muita propaganda política no tempo da ditadura.

O engenheiro Gonzalo Peres, presidente do Conselho Comunitário da Região Oceânica (CCRON), é um dos que ficou sem respostas mesmo depois de ter participado esta semana de quatro reuniões sobre o projeto que vem sendo executado a toque de caixa para ser levado ao palanque do prefeito ex-petista Rodrigo Neves, nas próximas eleições.

Gonzalo afirma que em hora nenhuma a prefeitura esclareceu sobre como vai funcionar o novo sistema de ônibus BHLS, nem o que vai acontecer com as linhas atuais após a existência da pista seletiva que está dividindo a Região Oceânica ao longo da Estrada Francisco da Cruz Nunes.  Outra dúvida é se os moradores de ruas distantes terão transporte local até as estações do BHLS. De antemão já se verifica que os automóveis terão pouco espaço para circular e poucas vagas de estacionamento junto ao comércio da via principal.

– As linha 38 e 39 (Piratininga-Centro e Itaipu-Centro) vão seguir pelo túnel novo até Charitas ou continuarão indo pelo Largo da Batalha até o Terminal João Goulart ? E as linhas 38-B e 39-B, que hoje vão até Charitas, continuarão com este percurso pelo túnel ou pelo Largo da Batalha? – pergunta o presidente do CCRON.

Na verdade, ninguém conseguiu entender até agora qual o objetivo dessa obra. Se os 9,3 quilômetros de via expressa para os BHLS vão atender somente quem vai para a cidade do Rio utilizando os catamarãs ou vão oferecer mobilidade urbana também ao passageiro que quer ir para outros pontos de Niterói são algumas questões sem resposta.

Quanto aos catamarãs, além do preço elevado (R$ 15,40 pela viagem de 20 minutos), esse transporte hidroviário não funciona aos sábados, domingos e feriados. Atualmente, há uma tarifa de integração Itaipu-Rio (R$ 21,82) oferecida pela Viação 1001, mas os ônibus da empresa, que transportam 1.200 passageiros/dia, não poderão trafegar pela pista seletiva da TransOceânica, pois são mais largos do que os ônibus urbanos, que carregam cerca de 600 passageiros/dia.

-Ninguém diz claramente o que vai ser feito. Por que foram projetadas distâncias de meio quilômetro entre cada estação de ônibus? – reclama Gonzalo Perez.

Na foto um ônibus da linha 38 pega passageiros. À direita, a pista seletiva em construção, por onde deverá passar o BHLS.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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27 thoughts on “Região Oceânica teme ficar a pé

  1. Qual a distância entre os pontos de ônibus comuns? Quais os locais para atravessarmos a estradas? Muita gente anda a pé por aqui e atravessa de um lado para o outro. Qual a distância entre os retornos para carros? Usamos carro para ir ao mercado, levar crianças par escola entre outros afazeres. Não dá pra fazer isso de ônibus. A maior parte das pessoas não vai para Charitas, e sim para o centro de Niterói e para o Rio de Janeiro usando as barcas, que o preço é menor. Depois dessa obra pronta quero ver qual será a solução para o engarrafamento astronômico que vai causar,principalmente para quem vai para as praias.Afinal quem quer ir a Praia de ônibus?

  2. Não ficaria mais barato ao invés de uma obra gigantesca dessa utilizar o VLT ?
    Não teria a necessidade de fazer essas duas pistas grandes para os onibus deixando as laterais estreitas
    pois os trilhos não ocupariam tanto espaço. E ainda esse transporte para o futuro seria mais viável pois aumentaria o numero
    de vagões o que nos onibus não dará para fazer isso

  3. Vizinhos, cada um teria uma sugestão para implementar ou modificar, porém a explicação do Douglas (acima) é incontroversa e responde todas as dúvidas, exceto sobre as ciclovias, uma vez que a maior parte das “ciclovias” em Niteroi são meras ciclofaixais, essa, se houverem, serão ciclofaixas apenas, e ponto. Não esperem mais que isso. Somos obrigados entender que uma obra dessas não seria realidade sem financiamento federal; conforme foi. Então, só o fato de saber q os ônibus comuns transitarao dentro das pistas centrais, deixando livre aos carros as pistas laterais já é um grande alívio. Sobre estacionamento em frente aos comércios, somos obrigados entender q o projeto na cidade do Rio, assim como nas grandes cidades no mundo a fora, isso, agora inclui Niteroi, é desestimular a utilização de carros, para estímulo do transporte público; então devemos colaborar e utilizar o transporte público. É mais barato e saudável de uma maneira em geral. O futuro é esse! Inclusive, vamos parar de ser otarios e parar de comprar carros no Brasil; que é sabido que pagamos valores absurdos na compra de automóveis.

    1. Resido em Piratininga, próximo da Av. Almirante Tamandaré, ou seja se preciso de uma padaria tenho que ir na Grão Pão, passagem de ida R$3,70 e mais R$3,70 de volta, pois não disponho de padaria próxima. Tenho uma bicicleta elétrica e já fui atropelada na ciclofaixa uma vez, e na outra quase. Quer incentiver o transporte coletivo, ok, mas que pelo menos baixem suas tarifas, ou nos deem uma ciclovia que seja respeitável o direito de ir e vir dos ciclistas.E não com essa montoeira de motoristas mal educados e que no final ainda acham que tem razão. O futuro dos paises desenvolvidos, ainda não chegou aqui. E como dizia minha avó, não adianta colocar a carroça na frente dos bois. Pois o povo aqui, infelizmente não tem a cultura para vivenciar isto, pelo menos por enquanto. Infelizmente aqui ainda é um zona primitiva de comercios diversificados, e por este motivo a utilização de um automóvel se faz necessaria,e areas de estacionamento também.

  4. Eu me pergunto se realmente existe um projeto sério visando melhorar a vida dos moradores, o que vejo é uma obra muito mal projetada. Me pergunto como em pleno 2016 fazem calçamento sem acessibilidade para cadeirantes como foi no feito cafubá!? é logico que uma via repleta de comercio os veiculos irão causar transtorno ao entrar e sair, causando grandes engarrafamentos, tiraram a via auxiliar! Kd a ciclovia? Existem trechos já executados de pista dupla que você não consegue trafegar lado a lado com um veiculo maior! Que obra é essa? O pior é que gastam uma fortuna para piorar a vida dos moradores! esta obra está uma vergonha!

    1. Só pra completar: As vias são estreitas, se houver um acidente na Francisco de Melo Caile… não há como o socorro chegar. Outra coisa. A via foi liberada, alguém já reparou a calça no lado da Igreja de São José? A calçada não, a falta dela! É ridiculo! Onde está o poste, não passa uma pessoa. A pessoa precisa passar pela rua. Mas e quando o fluxo for normalizado??? E quando chegar o verão???

      Outra questão é o ponto de Ônibus! Hoje sai de Piratininga em direção ao Centro. Peguei o via Cafuba, pois fco mais próximos de casa. Pra minha surpresa descobri que há um ponto em frente a rotula do Cafuba… e o outro fica lá no Mario Monteiro! Socorro!!!!

      Isso é absurdo. Tive que voltar a metade do caminho. E as crianças eque voltam da escola!!!!

      Ohhhh… e agora quem poderá nos ajudar????

    2. Você falou tudo. A coisa no cafubá esta totalmente enrolado para os moradores. Como vão entrar em suas casas, Uma pista estreita, e ai, se para o trânsito, ou não se entra mais ou sai de suas garagens.

  5. Não desmerecendo os engenheiros, mas será que um urbanista foi consultado? Pois o espaço urbano realmente é insuficiente para o que promete. Olhando a obra realmente não dá pra entender como chegaram a conclusão de se fazer uma calçada tão larga ao longo da reta de Piratininga e sem acostamento. Há algo de muito errado e que vai nos custar não só dinheiro , mas tempo e paciência para entrar e sair da região oceânica, mais do que agora.

  6. Boa matéria Gilson.
    Só uma correção, essa foto é do 38 perto da nova estação do BHLS em Itaipú, ao lado do Corpo de Bombeiros.

    1. Bom dia

      Paulo

      Li o comentário da foto do ônibus. Creio que no terminal, a passagem de veículos, será pior ainda, pois existe um afunilamento entre o Corpo de Bombeiro e a escola para complicar, qual e o local para estacionamento de carros, motos bicicletas, para as os moradores. Bem, até o momento não existe nenhum espaço visível para isso.Existem alguns trajetos que são um segredo, na qual o pessoal que reside no Engenho do Mato não sabem.

  7. Tenho visto e as obras e tambem tem muita coisa que não entendo. alem das que o autor do texto citou, eu pergunto: e as ciclovias? bicicletários, vai ter? ouvi dizer que vai acabar as linhas que vão para o Rio (absurdo – espero que não seja verdade). Outra: a maioria das ruas aqui de Itaipu e Engenho do Mato continuam sem asfalto, mas estao fazendo recapeamento no Bairro Peixoto.

  8. A Transoceanica só faz sentido se em Charitas forem colocadas barcas integrando o bilhete único. Se for pra manter os catamaras é uma obra totalmente inócua que não trará benefícios para os trabalhadores que não podem utilizar condução cara.

  9. Precisamos entender que eh insustentável o modo de locomoção atualmente existente, concordo plenamente com a proposta de poucos pontos semelhante ao sistema brt, com estações próprias que aceleram o tempo de embarque visto que a cobrança de passagem eh feita antecipadamente na estação. Não vejo problema algum em as pessoas andarem um pouco mais para pegar o ônibus, faz bem pra saúde, pra alma, pro trânsito e para o meio ambiente. Quanto a falta de lugar pra estacionar, existe muito espaço nas ruas transversais, esse negócio de ficar estacionando ao longo da estrada complica o trânsito e não faz o menos sentido. Portanto apoio o sistema proposto da prefeitura, eh bom, eh sustentável e vai ser melhor para a cidade.

    1. Já estão multando os carros estacionados nas transversais, o mais engraçado é que nem asfalto tem na rua, nem placa tinha, mas multa tem!( algumas placas foram colocas devido a reclamação daqueles que foram multados)

    2. Faz bem pra quem andar 500m para atravessar a pista? O lema atual na R.O. é ” o pedestre que se vire” . Um morador de Piratininga ,por exemplo,para fazer compras devera andar o suficiente para economizar com academias,isso ,se não for idoso,deficiente físico ou carregado de bolsas de compras..
      Quer saber? Essa obra é a maior incentivadora do uso de carros para o ir e vir.

    3. E os idosos que muitas vezes caminham com dificuldade, voce acha certo? E nrealmente não ve problema algum em eles camiarem a mais pois é saudável? Para quem? Para eles ou para voce que não tem nenhum problema de saude e pelo jeito não é idoso. Pois não somente os idosos, mas pessoas com deficit de mobilização, caminhar mais porque o senhor diz ser sustentável. Sustenta a dor deles? Caminha por eles, ai sim o senhor verá que muitas vezes uma ida a um hospital é um dia de transtornos, dor e muitas vezes de espera.

  10. E os retornos? Não visualizei espaço suficiente. Caso tenha um acidente ou um carro quebrado prepare-se para o caos total duas pistas estreitas sem recuo uma verdadeira baia.

  11. Um breve resumo sobre o BHLS: BHLS ( Bus With High Level of Service), desenvolvido na Europa. O sistema é mais simples, dispensa obras de infraestrutura pesada e tem capacidade de transporte até 60 mil passageiros por dia, sem necessidade de construir canaletas exclusivas. Em cidades como Madrid e Amsterdam, o sistema atende de 30 a 40 mil usuários/dia. Bom sobre as linhas que vem do centro, vão continuar com seus trajetos normais. Já as linhas 38A e 39A essas serão as linhas do BHLS que entrarão no tunel. Já a pergunta feita sobre integração no bairro. Os passageiros poderão embarcar nos seus próprios bairros. Depois, Os Ônibus entrarão na faixa exclusiva do BHLS. Entre Engenho Do Mato e Charitas, o acesso ao BHLS será pela porta da esquerda, parando nas estações. No restante do trecho, a porta da direita permitirá o funcionamento como um ônibus comum, em faixas exclusivas ou compartilhada. Assim como eu pesquisei custa pesquisar tambem e entender um pouco mais sobre os sistemas de transporte publico? Parece que tem gente que não quer ver Niterói crescer mesmo… Para os leigos deixo aqui um PDF explicando: http://www.fetranspordocs.com.br/downloads/12BHLScomoestrategia.pdf

    1. Bom dia

      Douglas

      Li a sua resposta que por sinal e boa. Mas a pergunta e que existem ônibus que passam no Engenho do Mato e vão para Itaipu. E como eu acho que não tem local para estacionar veículos tão pouco para os pais que deixam seus filhos nas escolas bem em frente do terminal se você puder informar será ótimo pois os comerciantes bem como os moradores não sabem seria muito bom.

    2. Sobre “as linhas que vem do centro, vão continuar com seus trajetos normais.” significa que as duas pistas também serão divididas, agora,com os ônibus dessas linhas? Foi isso que entendi? Ou seja, perdemos a pista auxiliar onde os ônibus passavam e ganhamos a companhia deles parando por toda a via. Engarrafamento a vista certamente nos horários de rush.

    3. É realmente o povo de Niterói, não quer crescer deste jeito não senhor. Sem ciclovias que sejam respeitadas, sem a educaçoa de motoristas dos onibus e sem o direito de ir e vir com tranquilidade. Não adianta ter uma mansão se nela nada funciona! É esta obra, é bonita, superfaturada e tudo mais. Mas eu pergunto e povo, aquele que este ano todos vão dar tapinhas nas costas e pedir os votos, como fica? Vai para O Catamarã e o pessoal que não tem condições de pagar pela passagem? Isto deveria ter sido feito mas que as barcas que é um transporte popular estivesse lá. Mas infelizmente o pobre nunca tem direito, mas tem a obrigação de votar…

  12. Eu não entendi ainda aonde será a ciclovia, e ninguém até agora me esclareceu isso. Ciclovia era promessa eleitoral do Rodrigo, e sabemos que na Região Oceanica a bicicleta é um meio de transporte bastante usado. Como ficará agora??? Uma reforma de mais de 300 milhões contemplou o planejamento de uma ciclovia de que maneira que eu ainda não enxerguei?

    1. Provavelmente será na calçada como é no inicio da Amaral Peixoto, entretando os pedestres não entendem isso mt bem!

  13. SE tivesse espaço físico suficiente, ainda poderíamos até entender, mas com o quilate dos políticos que temos, a conclusão óbvia : ROUBAR em plena luz do dia, e tecnicamente ninguém pode contestar…

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