Fechado há cinco anos, o Museu Antonio Parreiras, no Ingá, em Niterói, está cercado pelo mato e pela sujeira. Nem parece que passa há três anos por obra de reforma patrocinada pelo Ministério da Cultura no valor de R$ 4,8 milhões. Vizinhos do museu criticam o abandono do museu.
— Nada justifica o estado de ruína do Museu Antonio Parreiras, um dos mais importantes museus do país. Afinal, o próprio pintor Parreiras viveu seus últimos dias lá e, para revolta de todos, o imóvel está abandonado a tal ponto que cresceu uma matagal na escada de acesso. Imagine o restante do imóvel — afirma o morador Mauro Prestes.
Há um mês, o secretário estadual de Cultura, André Lazaroni (PMDB), exonerou Katia de Marco do cargo de diretora do Antônio Parreiras, mas logo voltou atrás tornando sem efeito a exoneração.
A Secretaria de Cultura anuncia para os próximos meses a reabertura do museu, que após longos cinco anos em obra já tem sua fachada pintada. O projeto de reforma do espaço cultural não seria dos mais complexos. O objetivo era melhorar a acessibilidade e recuperar as características originais do prédio, que, no entanto, permanece cercado pelo mato.
De acordo com a Secretaria de Cultura, “foram concluídas as restaurações da fachada, do telhado e do piso do prédio principal, além do telhado do ateliê do artista e do escoramento da encosta no terreno do museu”. O órgão afirma que os recursos para a obra são de um convênio com o Ministério da Cultura: o estado, que já teria pago sua contrapartida, aguarda ainda R$ 3,2 milhões de verbas federais previstas no convênio para terminar a reforma.
Pois é, como se vê, depende-se da generosa mão do Estado para tudo: para construção, reforma e manutenção constante de museus, além, é claro, para patrocínio de artistas e exposições; para construção, reforma e manutenção de arenas esportivas, além, é claro, para patrocínio de atletas e clubes; para composição, gestão e pagamento de fundos de aposentadoria de todos, já que não temos nem inteligência e nem boa vontade para poupar dinheiro por conta própria ao longo de uma vida toda de trabalho; para financiar a agricultura; para exploração e beneficiamento de petróleo; para construção de rodovias, ferrovias, portos, estações de trem, de metrô, de BRT, de barcas, e sei lá mais de quê; para recuperar a nossa falida indústria naval. Ufa…haja dinheiro para bancar tanta coisa! E ainda tem que ter muito para os chamados serviços básicos (educação, saúde, segurança pública, etc.). Qual a fórmula mágica para fazer aparecer tanto dinheiro, e ainda diminuir os impostos dos “pobres cidadãos”? Aumentar os impostos das empresas? Aí elas aumentam os preços. Qual a fórmula mágica?