A herança gastronômica deixada pelas famílias que vieram da Itália desde o fim do século XIX para a antiga capital do Estado do Rio de Janeiro, vai ser contada por seus descendentes no livro “Niterói Amor Mio – receitas de vida e de távola dos imigrantes italianos”. Foram escolhidos para as entrevistas 20 personagens de famílias italianas, cada um com uma bonita história profissional e de vida. Além do livro com 192 páginas, estão sendo produzidos um videodocumentário e exposição de fotos. O projeto é da Texto & Café, que tem na parte jornalística Veronica Oliveira e Suzane Iervolino, com o apoio da Secretaria de Cultura. Vai mostrar um pouco da gastronomia de cada região dos imigrantes, com as receitas da mamma e os pratos preferidos.
Da entrada principal, passando pelo “primo e secondo piatto” à “insalata” e “il dolce”, histórias tristes, alegres, que falam de paixão, de renúncia e, principalmente, do amor à família e ao trabalho que “construiu” uma nova realidade para essas famílias. Cada uma delas abriu o seu baú de recordações e se desconstruiu durante as entrevistas, recapitulando os seus momentos mais importantes nessa não tão doce vida de imigrante. Mas, a necessidade de vencer ultrapassou qualquer uma dessas dificuldades e as fez se consolidar em um novo país e prosperar nas mais distintas áreas de atuação.
Estarão no livro alguns exemplos de pioneiros com sobrenomes familiarizados dos niteroienses, todos dignificando suas profissões e deixando marcas exemplares e ramificações que se destacam nas diversas atividades da cidade. Dentre eles, o Accetta e o Petraglia, que com suas tradicionais cadeiras de engraxates no Centro, depois de um papo agradável deixavam os sapatos brilhando; o Pollizzo, Paura e Chinelli, jornaleiros que vendiam simpatia e cultura através das bancas de jornais; Fuscaldo, com sua fábrica Fuscaldeza, que dominou por muito tempo o comércio de massas na cidade.
Os homenageados antigos e novos, italianos e descendentes são: Pietro Aceta, ex-diretor do Hospital Antônio Pedro; Benito Petraglia, presidente da Unimed; Pietro Polizo, jornaleiro e responsável pela distribuição de jornais até a Região dos Lagos.
Carmine e Bruno Marasco, irmãos e respeitados chefs do Da Carmine; Osmar Buzin, o eclético homem da gastronomia, Cervejaria e Gin Noi; Marco Lucchesi, imortal da ABL e presidente da Biblioteca Nacional; Domenico Lorusso, empresário; Carmine Pascale, padre da igreja de São Judas Tadeu e vigário geral da Arquidiocese de Niterói; Giuseppe Paura, jornaleiro; Pietro Petraglia, diretor da revista Comunitá Italiana; Salvatore Pollola, engenheiro; Cristina Fuscaldo, pedagoga e artesã; João Carino, produtor musical; Fabrizio Sassi, engenheiro e diretor da Scuola de Cultura; Antônio Chinelli, médico; Luiz Cláudio Bruno, médico; Marcelo Cappucci, professor de Direito da PUC; Roberto Villa, engenheiro; Frederico Tagliabue, chef do Torninha e Fanni D’Andrea, professora.
Será um belo livro. Faltaram muitos outros italianos da cidade com destaque para as famílias Pirrone , D’ Andrea e Mônaco ( calçadão da cultura)
Que riqueza!!!
Cadê os representantes da família monaco