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Prédio pilhado é de Niterói desde março

Escrito por Gilson Monteiro às 12:59 do dia 16 de novembro de 2018
Sobre: Sobrou nada
16nov

Pertence à prefeitura de Niterói, desde março, o prédio histórico da Avenida Jansen de Mello 3, em São Lourenço, que foi ocupado até 2015 pela Escola de Contas e Gestão do TCE-RJ. Pilhado em tudo o que havia de algum valor, ladrões levaram até o elevador do edifício de cinco andares, que originalmente  foi um dos primeiros instalados no Estado do Rio, em 1929, quando o prédio foi inaugurado.

Segundo o TCE-RJ, o prédio pertencia ao Estado e até 2015 estava cedido ao Tribunal, que o devolveu naquele ano. A partir de então, o imóvel ficou completamente abandonado. Em março último, foi cedido pelo Estado para a prefeitura de Niterói instalar ali uma escola de Administração Pública.

A municipalidade, no entanto, está há nove meses de posse do imóvel que continua abandonado, sem ter nenhum guarda municipal guarnecendo o prédio público.

Antes de fazer uma licitação para a obra de reforma do edifício que desde 1994 é tombado como patrimônio municipal, a prefeitura de Niterói precisa explicar se fez um inventário patrimonial dos bens existentes no local; se fez vistoria técnica das condições de uso do imóvel quando foi imitida na posse e porque não cuida da proteção do bem desde aquela data.

Pessoas que trabalham na proximidade afirmam que ladrões levaram todos os aparelhos de ar refrigerado e objetos de valor, além do elevador antigo, apesar de o prédio estar localizado próximo ao quartel do 12° Batalhão da Polícia Militar e em frente à Policlínica do Exército. A prefeitura diz que isto aconteceu antes de ela ter a posse do imóvel.

O edifício em estilo neoclássico, que já foi conhecido como Bolo de Noiva pelos seus elementos escultóricos na fachada, está com as portas de ferro arrombadas e com quase todos os vidros estilhaçados, mostrando um ambiente de destruição, abandono e sujeira. Além de janelas quebradas, os quadros elétricos foram furtados e até as mangueiras de incêndio foram levadas por invasores.

Abandonado desde 2015, quando ali ainda funcionava a Escola de Contas e Gestão do TCE, o prédio foi projetado pelo arquiteto Pietro Campofiorito com uma arquitetura de vanguarda nos anos 20 do século passado. Sua estrutura de cinco pavimentos foi feita em concreto armado, o que era novidade na época, possibilitando a instalação de um equipamento então raro: o elevador.

Quem desce a rampa da ponte Rio-Niterói em direção a Icaraí ao ver o edifício situado na Avenida Jansen de Mello 3, não dá conta da situação de abandono e destruição em que se encontra o imóvel tombado em maio de 1994 como patrimônio municipal (Lei n° 1.289/94).

Ele foi construído para abrigar o Instituto de Fomento e Economia Agrícola do Estado do Rio de Janeiro. Depois, vários outros órgãos públicos ocuparam o imóvel que sediou o TCE do antigo Estado do Rio até a fusão com a Guanabara, em 1975, e depois funcionou como o Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, entre 1990 e 1995. Por último foi sede do Espaço Cultural Conselheiro Paschoal Cittadino (do TCE).

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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7 thoughts on “Prédio pilhado é de Niterói desde março

  1. Inventário patrimonial ? Só se for pra aumentar o IP TU MAIS CARO DO BRASIL e essa canalhada toda continuar nos roubando descaradamente como. vem fazendo há anos.

  2. O prefeito vai comprar ônibus elétricos para gastar mais dinheiro do contribuinte, eles serão utilizados em uma obra que até hoje não acabou, mal feita, cara, sem objetivos, tudo de ruim. Conservar o que é necessário não tem dinheiro.Esta é a notícia que saiu no OFLUMINENSE:” A Prefeitura de Niterói lançará, na próxima semana, o edital de licitação para a compra de 40 coletivos elétricos à bateria que serão usados nas linhas do BHLS TransOceância. Em todo o Brasil, há hoje cerca de 20 ônibus deste tipo em operação” . Não terminou esta coisa que só foi feita para jogar dinheiro fora, pois nada melhorou, a via e todas as obras já estão deteriorando, foi muito cara, mal feita, e agora quer gastar mais em algo duvidoso, com a “JUSTIFICATIVA” de melhorar o meio ambiente, enquanto os Rios, ao redor que lançam detritos nas lagoas, continuam imundos, sem fiscalização , limpeza e muito mais. QUEM PODE FAZER ALGO PARA QUE ISTO NÃO ACONTEÇA,:

  3. Era o primeiro elevador da América Latina, e ainda funcionava perfeitamente. Havia também um corrimão na escada todo em metal dourado além de enormes placas de bronze afixadas próximo à entrada, alusivas às utilizações anteriores do prédio.

  4. Um absurdo ,cobrar isso do Prefeito..temos que mudar essa política local …pois está um absurdo e pior que é na nossa cara ….mudança total..já mudamos na presidência agora tem que ser na prefeitura e vereadores …

  5. Absurdo tal descaso com nosso dinheiro e total impunidade para esses gestores locais. Próximo do local temos prédios estaduais como batalhão da PMRJ; Detran e Polícia Civil !!!
    Agora, ficar passeando para reuniões em Espanha e outros locais não agrega valor nenhum ao nosso cotidiano.
    A obra da Transtorno Oceânico com suas INCOERÊNCIAS é mais uma prova de que o valor de nosso dinheiro acaba indo para o ralo e essa turminha de políticos caboclos somente aparece no período eleitoral .
    VERGONHA VERGONHA VERGONHA COM TODA ESSA IMPUNIDADE EXISTENTE NÃO APENAS NO PAÍS !

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