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Coluna do LAM

Ponto Jovem, a estrela da noite

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Participo e acompanho a mobilização de dezenas de niteroienses que estão dando uma força ao restaurante e bar Steak House. Como se sabe, a casa tinha fechado mas um grupo de 70 funcionários decidiu, sabiamente, abrir no peito e na raça. Um exemplo raro de empreendorismo anárquico.

Os niteroienses que frequentavam o Steak estão indo lá em grupos para prestigiar a casa, injetar grana e tentar impedir que ele feche as suas portas definitivamente. Com o tempo, quem sabe?, prosperar. Ir adiante e investir numa modernização que envolva higiene, ar condicionado (a falta dele pode ter sido um dos motivos para a debandada de clientes), reforma, etc. Vamos lá!

Ainda em Icaraí, a uns 500 metros do Steak, brilha a estrela da noite, o Ponto Jovem. Considerado por muitos a melhor lanchonete da cidade, o P.J. venceu porque mantém a cafifa no ar (é como o niteroiense chama as pipas) oferecendo produtos de qualidade e fica aberto até as 2 horas da madrugada. Antes virava ia até as 4, mas em tempos de insegurança pública generalizada não dá para dar mole.

A partir das 10 da noite você encontra vários tipos. Desde estudantes até médicos e outros profissionais que vivem à noite e, lógico, o pessoal da gandaia ampla, geral e irrestrita. Gente que sabe que o P.J. não pisa na bola, não deixa ninguém na mão e por isso é tratado como uma espécie de jardim das delícias no coração de Icaraí.

O brasileiro trata muito mal a vida noturna. Em várias cidades norte americanas, por exemplo, o sujeito pode deixar seu carro numa oficina ameia noite para fazer a revisão e buscar na manhã seguinte. Lá, funcionar 24 horas, além de render uma boa grana ensina que a noite (pelo menos para mim) tudo dá certo. Não há trânsito caótico, gritaria, o calor baixa um pouco a bola, as pessoas estão mais calmas e, nesse clima, os profissionais trabalham melhor. Nas tais cidades da América de cima você pode cortar cabelo as 3 da manhã ou ir ao cinema as 4, fazer ginástica numa academia as 2. Tudo funciona sem parar, e funciona bem.

O Ponto Jovem é uma amostra da eficiência do sereno, nos tempos em que havia sereno, garoa, ressaca. Gosto de ir lá, comer um bom sanduiche, tomar um suco, calado como a maioria dos clientes já que quase todos, na madrugada, aparecem por lá sozinhos. Bom, já que estou escrevendo não custa encaminhar ao Ponto Jovem um pedido do povo: dá voltar a fechar as 4?

P.S. – Uma ideia. Meu milenar amigo Alvaro Acioli, autor do lema que mais uso (“agora enquanto ainda”), como todos nós é um apaixonado por Niterói. Passando diariamente em frente ao Condomínio Jardim Ubá, na estrada de Itaipu, ele notou que com as obras na região o grande muro do condomínio está mais exposto. Alvaro teme pela ação de pichadores por isso sugere, de antemão, que os moradores do condomínio avaliem a possibilidade de falar com a Secretaria de Cultura da cidade para que convide artistas para pintarem um painel no muro. Ficaria muito mais bonito, abriria mais espaço para os artistas e evitaria que os pichadores marcassem, literalmente, a sua presença.

O que acham?

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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