Publicidade
Coluna do LAM

Placa Mercosul é uma nova tomada de três pinos

Publicidade

Em matéria de mão boba o governo merece um Oscar. Sempre foi assim. Todo mundo fechando persianas para cair fora do governo Temer, final de 2018, e inventaram mais um afano, a tal placa Mercosul, tão ou mais inútil do que a tomada de três pinos.

Entre outras inutilidades a nova placa garante anonimato quanto a cidade de onde são os carros; não aparece o nome do município onde estão emplacados. Isso garante aos usuários de carros de aplicativos, por exemplo, a certeza de um voo cego, sem ter a menor ideia de onde é o carro e, consequentemente, seu motorista.

Para saber, há duas opções: 1 – perguntar ao motorista; 2 – baixar o aplicativo QR Code no celular; antes de embarcar, abaixar na traseira do carro e encostar o celular na placa, no QR Code pequeno, impresso discretamente a esquerda e no alto da placa. Pode ser que, assim, o usuário consiga decifrar se o carro é de São Gonçalo ou São Tomás das Letras, por exemplo.

Tão inútil quanto essa placa, a tomada de três pinos foi adotada em 2011 e entre os argumentos citavam um tal padrão internacional. O site Olhar Digital lembra que esse padrão nunca existiu.

Pode ser que o jogo mude e o consumidor possa escolher que tomada usar. Segundo o Olhar Digital “é difícil dizer se, de fato, as novas tomadas aumentaram a segurança. Dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil tem 1,3 mil mortes por choque elétrico anualmente; em São Paulo, entre 2000 e 2010, foram 35 mil incêndios causados por falhas elétricas. Desde que o novo padrão entrou em vigor, a quantidade de atendimentos por exposição à corrente elétrica saltou de 857 em 2011 para 1,3 mil em 2017 – embora não esteja claro quantos desses atendimentos foram causados por problemas em tomadas.”

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), por sua vez, defende a tomada de três pinos obrigatória e diz que a média anual de acidentes fatais provocados por choques elétricos caiu de 1,5 mil, entre 2000 e 2010, para 600 ocorrências por ano.

É bom lembrar que todo o processo de substituição das tomadas custou, segundo número divulgado pela Revista Época, R$ 1,4 bilhão até 2018.

Adivinhe quem pagou?

 

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

Recent Posts

Hortifruti 24h em Icaraí e chegada da Casafruti acirram concorrência em Niterói

Letreiro luminoso anuncia o funcionamento 24 horas do Hortifruti de Icaraí, na Rua Paulo Gustavo…

3 dias ago

Vereadores seguem D. João VI em vez de fiscalizar os bilhões de Niterói

Vereadores de Niterói já distribuíram, este ano, 36 títulos de Cidadão Niteroiense Se Dom João…

3 dias ago

Lojistas cobram segurança para Niterói; PM pede colaboração da população

Obras milionárias não devolvem a tranquilidade às ruas do Centro de Niterói A crescente violência…

5 dias ago

Rotina de crimes assusta moradores e comerciantes no Centro de Niterói

Homem com tornozeleira eletrônica assalta loja na Rua da Conceição às 13h de sábado /…

5 dias ago

Tereza Cristina celebra aniversário com show especial no Municipal de Niterói

Tereza Cristina vai apresentar clássicos da MPB e canções autorais no palco do Theatro Municipal…

6 dias ago

Capivara faz turismo noturno nas ruas de Itacoatiara, em Niterói

A capivara descansa na areia aos primeiros raios de sol na praia, depois de um…

6 dias ago
Publicidade