Dois dias depois de o prefeito Rodrigo Neves ser preso acusado de comandar um esquema de propina de empresas de ônibus, o Ministério do Trabalho, que está a menos de um mês de ser extinto pelo governo Bolsonaro, estendeu por mais um ano o prazo de um convênio de R$ 400 mil daquele órgão com a prefeitura de Niterói para “o fomento da economia solidária como alternativa econômica e de inclusão social”. Trocando em miúdos, foram realizadas umas feirinhas de artesanato na Praça Araribóia e em outros pontos da cidade, e só.
Em 2017, a prefeitura contratou temporariamente quatro funcionários com salários em média de R$ 2,7 mil, cada, para formarem uma “equipe multidisciplinar de economia solidária’’, a ser instalada na Secretaria de Assistência Social de Niterói. Uma página no Facebook foi criada em nome da Coordenadoria de Economia Solidária da Prefeitura de Niterói, mas está sem postagem nova desde junho de 2017.
No dia 12/12, o convênio nº 824326/2015, da prefeitura com o Ministério do Trabalho, teve seu prazo de execução prorrogado até 31/12/2019, conforme extrato do ato publicado no Diário Oficial da União de quarta-feira passada.
Isso é um abuso
Prezado Jornalista Gilson Monteiro e equipe.
respeitosamente venho protestar contra a nota que, de forma depreciativa, dá conta do processo de organização, produção e comercialização dos Empreendimentos da Ecosol da cidade de Niteroi que hoje, inclusive, tem a mais consolidada feira de orgânicos do Estado.
Ao que parece, a matéria não foi aprofundada ou a fonte agiu de má fé (já que a pagina é atualizada diariamente, por exemplo) pois o que temos hoje na cidade é um processo democrático de debate e construção do que- em todo mundo- se conhece como Economia Solidária. O Fórum tem reuniões plenárias mensais envolvendo mais de 100 expositores e expositoras estruturadas nos seguimentos de artesanato que se utilizam de várias técnicas; alimentos orgânicos, pães e bolos, bebidas artesanais, reutilização e customização de roupas, entre outras. La também se acompanha e controla o convenio federal. Caso deseje já no dia 7.1 poderá assistir nossa primeira plenária de 2019 e perceber como todas as ações são debatidas e as ações autogestionadas.
No mundo onde os empregos formais estão desaparecendo, onde as pessoas de todas as gerações precisam buscar fonte de renda alternativas, a proposta de se criar espaços produtivos como alternativa econômica e de inclusão social é absolutamente oportuna e, portanto, não estamos falando de “feirinhas” e sim de uma forma alternativa de desenvolvimento econômico de nosso povo e centenas de cidadãos (em sua maioria de mulheres).
Sonia Latge. Membro da Executiva do Forum da Economia Solidaria de Niteroi..