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Pela reabertura urgente da emergência do Antonio Pedro, em Niterói

Escrito por Gilson Monteiro às 11:05 do dia 27 de fevereiro de 2023
Sobre: Cidade clama
  • Hospital Antonio Pedro
27fev

A mais importante e principal parceria que a Prefeitura de Niterói deveria fazer com a Universidade Federal Fluminense (UFF) seria para a reabertura da emergência do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP). Com o fechamento, há anos, do tradicional pronto-socorro, os niteroienses ficaram à mercê do mau atendimento do Carlos Tortelly, um hospital municipal que, apesar dos esforços de médicos e enfermeiros, sofre com a falta de tudo, como acontece nas demais unidades da rede da Fundação Municipal de Saúde.

Hospital Antonio Pedro
Parceria da Prefeitura de Niterói com a UFF deveria ser para a reabertura do pronto-socorro do HUAP

No entanto, fazendo o que melhor sabe fazer, Rodrigo Neves, hoje secretário executivo da Prefeitura de Niterói, já arrumou um jeito de aparecer no noticiário. Trouxe à cidade Carlos Lupi, ministro da Previdência, para prometer entregar à UFF um terreno do INSS ao lado do Antonio Pedro, para o hospital se expandir. O caso é que, além de tudo não passar de conversa fiada, sem nada no papel, a UFF já comprara esse imóvel há mais de dez anos, mas não conseguiu quitar o preço total diante do aperto financeiro que seus reitores dizem ter passado a enfrentar.

Saindo do terreno do trololó e das promessas marqueteiras, a questão é que a reabertura da urgência do HUAP se faz premente e urgente, porque muita gente está se desligando dos planos de saúde por não suportarem pagar mensalidades inviáveis sem comprometer o orçamento familiar. Em caso de socorro urgente contam somente com os hospitais estaduais Azevedo Lima, no Fonseca, e Alberto Torres, em São Gonçalo.

O HUAP até precisa de uma expansão física, mas para reabrir seu pronto-socorro à cidade já conta com um corpo médico de alto nível. E dispõe de suporte de enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos para dar um atendimento competente e digno ao niteroiense.

Bastaria reativar o número de leitos, que chegou a 270 mas hoje está reduzido a pouco mais de 100. Outra providência seria a volta das consultas ambulatoriais, que diminuíram drasticamente depois de terem criado um atendimento através do burocrático sistema de regulação.

Outro fator preponderante para o hospital ter ficado estagnado foi a universidade tê-lo entregado à administração da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). Esta só se preocupa em pagar altos salários a seus dirigentes, não cumprindo, até hoje, com as mais importantes cláusulas do contrato firmado com a UFF, deixando a desejar até na área de manutenção do HUAP, cujos elevadores quase sempre estão parados ou até desabando no fundo do poço.

O número baixo de cirurgias e a diminuição do atendimento clínico afetou também o aprendizado dos acadêmicos de medicina. Eles estão sendo obrigados a buscar aulas práticas em hospitais particulares ou na deficiente rede pública municipal.

A prefeitura tem jorrado os royalties do petróleo em obras desnecessárias e politiqueiras, sem falar dos shows milionários que promove e a estrondosa verba de publicidade que torra.

O dinheiro precisa ser bem aplicado em benefício dos moradores que pagam um dos mais altos IPTUs do país. A saúde tinha que ser prioridade de todo governante. O HUAP precisa priorizar os seus recursos com obras necessárias e que resultem em melhor atendimento, em vez de gastar com o visual que não resulte na melhoria do atendimento.

Eu prefiro o tempo do hospital com as paredes encardidas, mas com os doutores e professores na emergência, nos centros cirúrgicos, nas enfermarias e nos consultórios salvando vidas e os residentes recebendo uma formação de qualidade para exercer com competência a profissão de Hipócrates.

Pelas inestimáveis lições e aprendizados proporcionados tempos atrás pelo hospital universitário, Niterói se tornou um celeiro de excelentes médicos e referência nacional em algumas especialidades.

Hoje, o hospital só está de braços abertos na figura de Hipócrates esculpida no frontispício do hospital da Marquês do Paraná. Falta espírito público das autoridades. Os tempos são outros, mas ainda resta a esperança de que os médicos voltem a carregar na carteira, como antes faziam, um cartão com o pedido: “Em caso de acidente me leve para a emergência do Hospital Antonio Pedro”.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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21 thoughts on “Pela reabertura urgente da emergência do Antonio Pedro, em Niterói

  1. Podemos chamar de uma ação criminosa desses “gestores” manter fechada a EMERGÊNCIA DO HAP !!! Esses sujeitos possuem planos de saúde, pagos com o dinheiro de nossos impostos, pouco se importando com nossas necessidades. Eu e muitos familiares fomos atendidos diversas na Emergência. Elefante branco se tornou ao não permitir que a população, hoje bem maior do que antigamente, possa desfrutar do atendimento. Essa turminha que perdura desde algum tempo na “gestão” (???) niteroiense, agora tem um novo aliado federal . Pobre País.

  2. Não queremos show de artistas caros, precisamos de saúde qualidade, os postos de saúde estão sem médicos, e as poucas especialidades que tem, é preciso chegar às 5h da manhã pra pegar senha, pra conseguir atendimento precário para o mês seguinte, e quando o médico solicita uma ultrassonografia, vai pra regulação e você tem que esperar 1 ano pra conseguir realizar um simples exame. Saúde de Niterói tá um vexame! Cadê o Rio Image 2 que deveria ser construído no lugar da demolição do Santa Mônica? Tá tudo errado!!!

    1. Tenho minha melhor lembrança deste Hospital.aprendi muito com professores e com a equipe de Buco Maxilo do prof. Walter Curi hj falecido.. É uma pena que deixem morrer este patrimônio que ajuda muito a população .

  3. É muito triste ver o Hospital Antônio Pedro assim… um hospital excelente e que agora praticamente não atende ninguém. O povo de Niterói sofre pois este era o melhor hospital da nossa cidade com uma lista extensa de especialidades e excelentes profissionais. Esta matéria é extremamente necessária, importantíssima! Por favor autoridades olhem para o povo, vejam as necessidades e prioridades da nossa cidade. O Hospital Antônio Pedro assim, não é o mesmo em que tenho na minha memória de criança que já foi atendida lá. Atendimento de qualidade para o povo já pelo amor de Deus!

    1. Os tempos , de fato, sao outros . A Medicina , melhor,o atendimento médico foi hierarquizado.. Hoje , é centrado nas Unidades Básicas de Saúde que , bem administradas , resolvem 80% das enfermidades desafogando as Emergências e UPAs. O HUAP chegou ao colapso no afã de suprir o déficit de assistência a saùde que nao é de sua competência . Mantém se com verba do SUS via prestaçao de Serviço e EBSERH , criada ao final do Mandato do Pres. LULA . Sua funçao é o ensino aplicado e näo assistência médica em si. No sistema hierarquizado que todos gestores conhecem , cada ator cumpre o seu papel . Seria um retrocesso se o HUAP (um deserviço ao progresso) voltasse a suprir falhas de outros orgaos da Saùde.

    2. O comentário acima está certíssimo falou com muita vivência e conhecimento do huap.
      Vivemos em um grande curral esperando a morte chegar, nem funcionário do Huap consegue tratamento se não for encaminhado através do Sisreg. Um sistema macabro que leva a morte vários pacientes da região metropolitana.
      Um exemplo de uma enfermeira que foi operada no huap com câncer no útero e não pode dar continuidade porque o ambulatório não acompanha esse tipo de câncer, teve procurar tratamento em São Gonçalo.
      O Huap tem um bloco de radiologia onde equipamentos tem q ficar ligados finais de semana com quarto técnicos e não realiza um RX enquanto vários pacientes tem que pagar exames radiológico caros porque Sisreg não consegue agendar.
      Enfim senhores governantes pessoas pobres estão morrendo por falta de tratamento adequado para suas patologias.

  4. O Huap precisa ser prioridade na UFF. A EMERGÊNCIA desse Hospital ja foi maior braço da extensão dessa universidade. Em época de crescimento populacional e aumento da pobreza no país que não permitem contratação dos altíssimo custos com planos de saúde, não é possivel que se feche uma emergência de atendimento público. Ao invés de gastar 11 milhões em recuperação de um cinema e pistas de atletismo, pq não investir em modernizar o hospital, contratar + médicos e ampliar os leitos da nossa emergência tão necessaria. Parem de enfeitar o pavão e priorizem servicos de saúde, educação e segurança e transporte coletivo, na cidade de Niterói. “Essa é a Niterói que sempre vamos querer”

      1. A questão do HUAP é do âmbito federal. O nosso hospital foi entregue à EBSERH, seu compromisso agora é com esta empresa, e não maiis com a população ou com o ensino e pesquisa.

    1. Fui cirurgião da Emergência do HUAP até 2018 , quando me aposentei , e acho um crime contra a população de Niterói a subutilização do Hospital e seu corpo de funcionários maravilhosos ! Poderíamos aproveitar o anexo onde fica a atual emergência e transformá-lo em um centro de atendimento de emergência pois é viável ligá-lo com o restante do Hospital e para isso teríamos que abrir concurso público para preencher as vagas necessárias para o seu pleno funcionamento! Vamos usar os royalties recebidos com ações úteis para a população, o ambulatório foi feito para atender 1200 pacientes dia faltam funcionários. Gostaria muito ver o Dr Ricardo Amaral de volta ao HUAP , com quem tive o prazer de trabalhar!

  5. Infelizmente, Niterói está entregue a essa quadrilha que tem como chefe o Rodrigo Neves e o próprio Carlos Lupi, alçado agora ao posto de ministro. É uma vergonha a cidade de Niterói não ter uma emergência a sua altura como metrópole. Só espero que o ano que vem o poste não se reeleja ou o Rodrigo Neves não volte, seria o fim.

  6. Essa emergência jamais será reaberta, é acho difícil a ampliação de leitos, não há equipe para isso. Só se houver um concurso público para repor os funcionários. Esse anúncio foi só para marketing, nada além disso. Saúde não dá votos, e é a maior fonte de renda dessa gente. Se for boa, ninguém vai querer pagar planos de saúde.

  7. Faz-se necessaria a volta da emergência do hospital universitário Antônio Pedro, para para que munícipes de Niterói possam ter maior qualidade em benefício próprio e de seus familiares. QUE VENHA COM URGÊNCIA O RETORNO DA EMERGÊNCIA NO HOSPITAL ANTÔNIO
    PEDRO. ( Reinaldo de Almeida )

  8. É a mesma parceria, que há anos promete “Revitalizar o Cinema Icaraí”, e NADA acontece. O tempo passa, o tempo, e a até a poupança Bamerindus já acabou, mas as “promessas” continuam sem cessar. Revitalização da Moreira César, Revitalização do Centro de Niterói, etc. Só acredita , quem se locupleta com essas últimas administrações. VERGONHA!!!

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