As coisas boas do cotidiano de uma cidade como Niterói estão desaparecendo aos poucos. Fechou a Padaria Leda, há 75 anos na Rua Paulo César, esquina de Itaperuna, na entrada do Pé Pequeno. Administrada há 53 anos pelos irmãos portugueses Adelito, Antônio e Gabriel Pinto, sucumbiu à crise econômica agravada pelo coronavirus.
Os proprietários tentaram resistir, pediram empréstimo aos programas emergenciais do Governo, mas foram tantos empecilhos e exigências a serem cumpridas, inclusive de garantias, que desistiram.
A Leda, além do tradicional pão com manteiga servido no balcão, fornecia seus produtos a colégios e clubes como o Abel, Lobinho e Rio Cricket. Fazia entregas em domicílio e também oferecia refeições ligeiras e lanches rápidos.
Suas empadinhas de camarão, queijo, palmito e frango, seus imbatíveis italianos e os fresquinhos biscoitos de polvilho e araruta, ou os palitos de cebola vão deixar saudades. Sem falar do famoso quindim feito com gema, açúcar e coco, ou dos bolos de laranja, coco, banana, milho, canela, cenoura, pão de mel e o conhecido formigueiro.
Também pudera, eram receitas da família trazidas de Portugal, seguidas por funcionários de uma vida inteira como o padeiro Bado. A Leda foi seu único emprego, 45 anos de mão na massa até se aposentar. A produção dos salgados era comandada por Edson, outro veterano da equipe de dez funcionários.
Dentre muitas histórias da padaria, uma delas é a da freguesa que, apaixonada pelos produtos da casa, acabou casando com um funcionário, com quem vive feliz até hoje.
Os três irmãos portugueses Adelito, Antônio e Gabriel Pinto (este ficou até o fechamento) chegaram com a farinha de trigo correndo nas veias. A Leda já era bem conhecida em Santa Rosa e eles deram continuidade a uma das mais antigas padarias da cidade. Hoje, o negócio sucumbe à crise, mas com dignidade por ser um orgulho da panificação em Niterói.
Para completar o que disse Rodrigo Magalhães, por morar no bairro há 70 anos, acompanhei, desde o início, toda a trajetória do local.Mesas de vime com cadeiras do lado externo e o atendimento quase personalizado do antigo dono, se não estou equivocado, senhor Celestino. Dessa época, realmente, sentirei saudades. Da gestão atual, nada a ressaltar, a não ser o tratamento pessoal dado por Adelito (já falecido), Antônio, Gabriel e Claudio. Muitas vezes, sugeri à Gabriel a modernização do espaço, e a resposta foi “trocamos o piso, os balcões e outros pequenos detalhes”. Modernização que é bom, nada! A crise já vem bem antes da pandemia. Uma pena.
Vai deixar saudades, era um local com tradição, fez parte da minha rotina e história durante muitos anos, comer um salgado ali não era um simples ato de se alimentar, era tb trazer muitas memorias saudosas de uma época que não volta mais.
Uma triste noticia.
A questão em si não é a qualidade atual mais sim o histórico e a tradição de um ponto. Isso sim se permite perder muito no Brasil , lugares como esses com história . Lugares como esses deveriam ser mais apoiados e incentivados. E assim motivar com profissionalismo uma das áreas mais seriedade e competência a indústria do turismo. O que leva milhares de pessoas visitar os pastéis de Belém em Portugal por exemplo ??
VAI DEIXAR MUITAS SAUDADES. ADORAVA O PÃO , E. AS EMPADINHAS DELICIOSAS.
Também concordo faltou acompanhar o progresso da modernidade, como novidades em novos produtos e serviços, a Pão e Etc também deixa muito a desejar, pois os produtos que eles fornecem na Pão Etc da Lopes Trovão em Icaraí não tem as mesmas qualidades da de Santa Rosa, na realidade os melhores ficam nas padarias de Icaraí, triste assim.
Amava essa padaria e o mais legal é que chamava os clientes antigos pelo nome…
Sempre amei as coisas de lá e seu Edson e os toda equipe…
Concordo com o Rodrigo, eles pararam no tempo, tava mais parecendo um boteco disfarçado de padaria e um ar de largado. Poderiam reformar, padronizar o atendimento sem comprometer o serviço. Uma pena, o ponto é ótimo e a concorrencia pequena, mesmo assim conseguiram fechar. Espero que virem em outro lugar um local de bolos como o bolo da vó.
A padaria Leda não fechou por causa da Pandemia, mesmo porque eles são padaria, serviço essencial e se mantiveram aberto o tempo todo. Eu como cliente imagino que eles fecharam por diverso motivos. Local é sujo, os funcionários/caixa não são aquela “simpatia” é uma padaria que parou nos anos 80/90, apesar de ser tradicional e um ar de nostalgia, eu preferia a ir uma padaria mais longe (Pão e Etc) por ter produtos melhores e um melhor atendimento e ainda assim a Pão e Etc esta em reforma para melhor atendimento. A Padaria Leda faltou gestão e atualização, infelizmente é lamentável o fechamento.
Quanto ao local e suas condições, até concordo, mas em relação aos funcionários, discordo!
Lamentável, eu conheci o local em 1960, e quando por ali passava lembrava de Niterói de antigamente!