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Orêncio de Freitas protesta contra a ‘privatização da saúde em Niterói’

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Funcionários do Hospital municipal Orêncio de Freitas (HOF) saíram em passeata, hoje (08/12), pelas ruas do Barreto. Seguidos por moradores do bairro, protestavam contra a intenção da Prefeitura de Niterói de transformar o HOF em unidade intermediária de média complexidade, transferindo as cirurgias para o Hospital Oceânico, em Piratininga. O HOF passaria a atuar apenas como unidade de apoio à rede de saúde municipal.

Cesar Macedo, presidente da Associação dos Servidores dos Serviços de Saúde de Niterói, disse que em vez de investir no Orêncio de Freitas, um hospital escola credenciado pelo MEC, a prefeitura está desestruturando a unidade referência em cirurgias e tratamento de doenças do aparelho digestivo.

– A posição clara da Secretaria de Saúde é a expansão das organizações sociais na gestão de hospitais municipais, num reconhecimento pela prefeitura de sua incapacidade. O que estão querendo fazer é um pacote de privatizações, descaracterizando uma estrutura para entregar à iniciativa privada e afetar o serviço de qualidade, sucateando a saúde de Niterói – acusou Macedo.

Em novembro, médicos e funcionários do Orêncio de Freitas ficaram sabendo da intenção da prefeitura de Niterói de esvaziar o hospital. Em vez de cuidar do velho hospital construído em 1937, através da iniciativa de operários e moradores do Barreto, a prefeitura pretende transferir as cirurgias hoje a cargo do HOF para o Hospital Oceânico, em Piratininga.

O Oceânico, recentemente batizado com o nome do médico Gilson Cantarino, ocupa um imóvel particular que foi arrendado pela prefeitura por R$ 4,8 milhões. O contrato era de um ano para atender às vítimas da Covid-19. A gestão hospitalar foi entregue à organização social (OS) Viva Rio. Os R$ 58,6 milhões inicialmente previstos para pagar à OS pela gestão do hospital de Piratininga chegaram a R$ 84,3 milhões no ano passado. Em 2021, essa despesa está prevista em mais de R$ 100 milhões, fora o aluguel do imóvel. Já o Orêncio de Freitas, que faz em média 250 cirurgias a cada trinta dias, recebeu nos últimos três meses da Secretaria de Saúde apenas a verba mensal de R$ 19 mil reais para compra de medicamentos, material médico e manutenção predial.

Luciano Mendonça, chefe de gabinete do deputado Waldeck Carneiro (PT), disse que o Orêncio de Freitas não pode ter sua característica alterada. “Somos contra qualquer tipo de privatização da saúde”, disse Mendonça, depois de lembrar que o hospital é , ressaltou Mendonça.

O vereador Paulo Eduardo Gomes, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, acusou a prefeitura de estar “precarizando o atendimento em sua rede hospitalar, deixando cair a qualidade do serviço para justificar a privatização”.

O ambulatório do hospital está fechado há dois anos porque a Emusa (empresa pública vinculada à Secretaria de Obras) não conclui a reforma contratada. Enquanto isso, pacientes e acompanhantes são obrigados a aguardar o atendimento em pé, do lado de fora do hospital, ou na recepção.

A manifestação desta quarta-feira teve a presença de dirigentes do Cremerj, Sintuff, Sindprev e de representantes de entidades de trabalhadores. Está marcado outro encontro para o próximo dia 15, às 9h, quando haverá um abraço simbólico em torno do hospital.

 

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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