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Operação Lava Vírus apura gastos com hospitais de campanha no Estado do Rio

Escrito por Gilson Monteiro às 16:36 do dia 21 de abril de 2020
Sobre: Dinheiro contaminado
  • hospital de campanha são gonçalo
21abr

hospital de campanha são gonçaloDiante dos escândalos envolvendo a montagem de hospitais de campanha do Covid-19 em São Gonçalo, Campos e Casimiro de Abreu, o Ministério Público já entrou em campo para apurar indícios de superfaturamento. Inquérito civil instaurado pelo MP, que pode ser chamado de Operação Lava Vírus, envolve, além do governo do Estado, as prefeituras de Niterói e de Maricá, que doaram R$ 90 milhões para montar um hospital de campanha em São Gonçalo. O dobro do que está custando a instalação de unidade idêntica feita pela iniciativa privada no Leblon.

O prefeito Rodrigo Neves, que doou R$ 45 milhões da Prefeitura de Niterói, e a Câmara de Vereadores, que autorizou o cheque em branco para pagar pela montagem da unidade de emergência do coronavirus em São Gonçalo, deveriam pedir explicações à Fundação Estadual de Saúde, que recebeu o dinheiro.

O mesmo teria que ser feito pelo prefeito de Maricá, Fabiano Horta, que também doou R$ 45 milhões ao governo estadual. Totalizando R$ 90 milhões, sabe-se apenas que o investimento público está destinado à instalação de 160 leitos de enfermaria e 40 de UTI debaixo de uma lona armada no campo de futebol do Clube Mauá, em São Gonçalo. E só.

O convênio firmado por Niterói e Maricá com o governo do Estado não se baseou em nenhum memorial descritivo do empreendimento que, estranhamente, custa o dobro do que a Rede D’Or, a Bradesco Seguros, Lojas Americanas, Instituto Brasileiro de Petróleo e Banco Safra patrocinam para erguer hospital de campanha também com 200 leitos no Leblon.

No orçamento do Leblon está previsto o gasto de R$ 45 milhões incluindo, além da estrutura de lona do hospital de campanha e das camas hospitalares, equipamentos de tomografia digital, radiologia convencional, aparelhos de ultrassom e ecocardiograma, e mais um laboratório de patologia clínica.

Na segunda-feira (13/04), o Ministério Público estadual instaurou inquérito civil para analisar se os Poderes Executivo e Legislativo vêm mantendo a transparência legal relativa às contratações emergenciais, com dispensa de licitação, efetuadas por seus representantes em razão da pandemia do novo coronavírus.

Campos e Casimiro de Abreu

O MP investiga a contratação da organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), que teria sido feita pelo Estado por R$ 835 milhões para construir e administrar 1.400 leitos de hospitais de campanha.

Os promotores investigam denúncia de superfaturamento na montagem dos hospitais de campanha de Campos e de Casimiro de Abreu. O contrato assinado pelo governo estadual com o Iabas foi conduzido pelo subsecretário executivo de Saúde, Gabriel Neves, que chegou a ser afastado temporariamente do cargo pelo governador Wilson Witzel.

Além desses hospitais de campanha de São Gonçalo, Leblon, Campos e Casimiro de Abreu, a Secretaria Estadual de Saúde está instalando outros quatro no Maracanã, Jacarepaguá e Complexo de Gericinó, cada um com 200 leitos.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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2 thoughts on “Operação Lava Vírus apura gastos com hospitais de campanha no Estado do Rio

  1. 99.9 % dos políticos estão contaminados. E o vírus super potente, que infelizmente não mata, se chama corrupção.

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