Durante muitos anos, tive o privilégio de trabalhar em O Fluminense, onde dediquei parte de meu entusiasmo jornalístico, participando de vários projetos para fazer do jornal de Niterói um veículo de comunicação que fosse o porta voz do anseio de todos os fluminenses. Era chamado entre os colegas de redação de “o velho órgão”. Não para menos, pois há quarenta e um anos atrás ele já era centenário.
No comando estava Alberto Torres, um intelectual nato, figura respeitada, admirada e que tratava seus funcionários com respeito, admiração e carinho. Estava sempre atento e preocupado com a seriedade e o conteúdo jornalístico, bem mais do que com a publicidade, principalmente se ela viesse da área governamental e pudesse comprometer a linha editorial.
Convivi com profissionais que se destacaram nos mais importantes veículos de comunicação, como João Luiz Faria Netto, Pinheiro Junior, José Casado, Carlos Ruas, Mauro Costa, Célio Erthal Rocha, Estela Prestes, Gilberto Fontes, Paulo Roberto Araújo, Luiz Carlos Cascon, Oseas de Carvalho, Silvio Paixão, Mauricio Hill, Luiz Carlos Azedo, Antonio Werneck, Guilherme Barros e muitos outros, além dos pratas da casa Olegario Wanguestel Júnior, Jorge Nunes, Eraldo Quintanilha e Emmanuel de Macedo Soares, cada um dando um pouco de seu talento para que o jornal chegasse às bancas com informações de qualidade.
Também nas páginas de O Fluminense brilharam os imortais José Cândido de Carvalho, e mais recentemente Marco Lucchesi, atual presidente da Academia Brasileira de Letras. Ainda em suas primeiras décadas, em sua redação trabalhou um certo repórter Irineu Marinho, cuja história dispensa comentários. É o segundo jornal mais antigo do país, nascido no século XIX para defender a Velha Província Fluminense na efervescência da era republicana.
Na área administrativa, convivi o tempo todo com Ephrem Amora, um entusiasta, responsável pela modernização do parque gráfico e pela implantação do sistema offset nos anos 70, além de fazer grandes parcerias; ser um dos fundadores da Enitur (Empresa Niteroiense de Turismo, atual Neltur); e responsável pelos maiores eventos realizados na região, à época.
Com a morte do patriarca Alberto Torres em 1998, assumiram a direção da empresa jornalística, num tempo de enormes transformações nos meios de comunicação do país com a ascensão das redes sociais, a filha, professora Nina Rita, e o neto, Alexandre Torres. Ela foi colunista e editora do suplemento Pingo de Gente, dedicado ao público infantil; e ele pela modernização das emissoras de rádios AM e FM, que formam o Grupo Fluminense de Comunicação.
Que o jornal encontre a fórmula certa para conquistar novos leitores, em meio a maior revolução por que passa a imprensa brasileira, e que continue sendo uma espécie de laboratório, na formação de excelentes profissionais na área de comunicação. Vida longa à notícia, sempre!
Que linda foto.!!! Que linda homenagem. Obrigada querido Gilson por me incluir nessa poderosa lista.
BJS!!!
É triste ver onde cai ou fou parar O FLUMINENSE. Me lemvro nuito de vários Profissionaia que por lá passaram. Vc foi um deles. Que saudades. E os fotógrafos, todos craques