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Coluna do LAM

O desprezo do governo do estado por Niterói

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Em 2014 Niterói elegeu três deputados estaduais e mesmo com esses representantes na Alerj, a cidade continua vergonhosamente desprezada pelo governo do estado em todos (TODOS) os quesitos, a começar pela segurança pública.

Os três deputados vão disputar a reeleição este ano e até agora não li/ouvi qualquer declaração deles sobre esse desleixo de Pezão e companhia por Niterói. Como os deputados estaduais existem também para fiscalizar o poder executivo, muitos eleitores não estão entendendo a suposta indiferença de seus eleitos. Pode ser que também estejam sendo desconsiderados pelo governador, não se sabe.

A roubalheira faliu mortalmente o Estado do Rio, fato inédito na História. O atual governador nasceu de todas as costelas de Sergio Cabral, um dos capos da máfia da corrupção, que pôs na prisão seus hermanos como Jorge Picciani, Paulo Melo, etc.

Nas orgias com a dinheirama pública, beberam do mais caro, gastaram nos melhores hotéis e restaurantes, queimaram milhões em joias, tudo com o dinheiro dos cofres públicos que não resistiram ao ataque voraz e descarado da maior quadrilha de assaltantes do dinheiro público da história do pais.

A conta é paga por todos nós, principalmente os servidores com salários atrasados que são tratados como farrapos humanos.

O leitor se pergunta “por que Pezão não teve a grandeza de renunciar?”. A resposta parece clara: esses homens não tem grandeza alguma e, em muitos casos, nenhuma vergonha na cara.

Enquanto isso Niterói está largada. Inventaram uma intervenção militar na segurança pública que alguns acham útil, outros chamam de eleitoreira, mas ela existe. Ponto. E até agora nada, absolutamente nada foi feito para que os habitantes da cidade que já foi capital do estado, possam andar nas ruas com o mínimo de tranquilidade.

O que os deputados eleitos por Niterói estão fazendo para conter essa sangria boçal? Mais: qual a última vez que um governador do estado esteve na cidade, mesmo que para fazer média e mídia, ou mesmo para não fazer nada? O eleitor lembra? Eu não.

Niterói se tornou uma cidade fantasma. Ninguém sai de casa depois das nove da noite quando soa o toque de recolher da bandidagem, que reside no inconsciente coletivo.

Os guardas municipais desaparecem logo que o sol se põe,  a PM tenta se virar com meia dúzia de militares e viaturas caindo aos pedaços e as notícias não param de pipocar nas mídias sociais: arrastão na avenida Litorânea, Boa Viagem; marginais e viciados invadem residências em São Francisco; Lojas Americanas de Itaipu é assaltada; roubo de veículos cresce, e por aí vai.

Qualquer criança sabe que quando os bandidos sentem a coisa apertar no Rio fogem para Niterói, berço político do ministro Moreira Franco que com os votos da cidade foi eleito deputado federal em 1975 e, em 1977, foi prefeito daqui. O que ele está fazendo por nós nesse momento crítico?

No meio do ano começa a campanha eleitoral para deputados estaduais e federais. Os candidatos vão desovar promessas pela cidade, vão garantir ordem, vão jurar que nada será como antes, que Niterói será uma cidade modelo e blá blá blá. O pior é que, infelizmente (por razões que prefiro desconhecer) muitos serão eleitos e até reeleitos.

Ponto.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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