Estamos entrando em mais um período eleitoral, na eleição que penso ser a mais importante para as cidades que é a de prefeito e vereadores. Mais uma vez o Vesúvio de paixão dos niteroienses começa a espalhar sua lava pelas ruas, vilas, avenidas, praias, barracos, mansões e tudo mais dessa terra. O niteroiense gosta de votar porque digita a urna com o coração. E ai do político que não demonstrar amor genuíno por essa terra aguerrida, com uma história de resistência rara.
Os temiminós (podemos chamar de primeiros niteroienses) ajudaram a expulsar os franceses em 1555. Em 1893 os locais dessa terra enfrentaram com bravura a Revolta da Armada e mais tarde, e em 1959, enfurecidos com os péssimos serviços prestados pela empresa que explorava o transporte por barcas, os papagoiabas incendiaram a estação da Praça Araribóia e, afirmam os livros de história, além de seis mortos e 118 feridos, resultou na depredação e incêndio tanto do patrimônio das barcas quanto da residência da família de empresários que administrava o serviço (o Grupo Carreteiro) e terminou com intervenção federal e estatização das barcas.
São inúmeros exemplos que exibem o sangue quente dessa gente corajosa, trabalhadora, bem humorada, que não tolera picaretagens na cidade. Alguém escreveu nos anos 1980 que “a maioria silenciosa, em Niterói, se vinga nas urnas”, mas é pouco. Já vi muitos políticos passarem sufoco em suas campanhas ao serem aparteados, em voz alta, por niteroienses rebelados. Os habitantes dessa cidade percebem, rapidamente, quando alguém está prometendo o que não pode cumprir, o que se torna gravíssimo quando esse alguém mente ao afirmar que ama e conhece Niterói. A guilhotina do voto degola impiedosamente os arrivistas.
Este site ultrapassou a marca de um milhão de acessos em pouquíssimos meses de vida porque os niteroienses sabem que Gilson Monteiro é um jornalista que se dedica a Niterói há décadas. Gilson conhece todo mundo, trabalha 24 horas por dia, consegue notícias de todos os setores da sociedade e, por isso, “Niterói de verdade” é cada vez mais lida, respeitada, conceituada por quem entende do assunto: o niteroiense. Além deamigo, tenho a honra de ser colega de profissão do grande Gilson.
Esse mês a cidade vai assistir ao início da campanha para a eleição de outubro. Vozes irão para as ruas, para a internet, jornais, rádios, TVs e o niteroiense eleitor, de todos os bairros, vai ficar de olho no quem é quem, ou, no quem não é quem.
A democracia agradece.
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