O neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho não acredita que a espécie humana se torne boazinha depois da pandemia da Covid-19. “Não mudou depois da Primeira e Segunda Guerras mundiais, guerra do Vietnã, ataque as Torres Gêmeas. Não acho que mude agora”. Para ouvir, clique aqui: https://bit.ly/2PMpJMI
Quem circula por Niterói percebe que o tal novo normal tem pinta de calote, rasteira. Entre os sintomas de que tudo será como sempre foi é o fator preço. O aumento nos preços de quase tudo é gritante.
Nos supermercados (um absurdo), nas farmácias (outro absurdo), padarias, os preços da maioria dos produtos subiram descaradamente uma média de 10 a 30%. Todos os serviços deram o chamado “tapinha” no preço para “compensar a falta de faturamento com a quarentena”, tentou explicar o gerente de uma loja. Ou seja, quem esperava um “novo normal” com equilíbrio, maturidade e espírito público constatou que a lei da esperteza continua voraz e obriga a pagar a conta alheia.
Novo normal? Onde?
No quesito corrupção os protozoários mostraram a cara logo no começo na pandemia. A ladroagem comeu solta graças a decretação do estado de calamidade pública que permite que os agentes públicos usem o dinheiro público como não se houvesse amanhã. Sem licitação, sem controle.
Foi uma festa. O Estado do Rio, claro, foi mais uma vez exemplo da escória nacional. O “novo normal” mostrou superfaturamento e desvio de milhões na área de saúde, mesmo que isso matasse gente. Também no falso “novo normal” tudo é menos importante do que o dinheiro, até o genocídio.
Outro aspecto do, digamos, “velho normal” é o ranço autoritário que, de acordo com muitos autores, seduz muitos brasileiros. A pandemia de Covid-19 colocou as autoridades anãs no foco dos holofotes.
Enquanto durar a calamidade pública os prefeitos podem mandar e desmandar e alguns festejam abertamente o fato da pandemia ter escolhido um ano eleitoral para acontecer. Ganharam câmeras, holofotes, microfones, ganharam todas as mídias.
Em várias cidades prefeitos sentiram o gostinho de poder mandar seus guardas municipais caçarem cidadãos cometendo delitos, como andar na praia ou não usar máscara. Podemos chamar esse frisson de “síndrome de Pedro Aleixo”. As lendas dizem que o vice-presidente Pedro Aleixo teria dito ao marechal e presidente Costa e Silva, no dia em que este assinou o AI-5. “Presidente, o problema não é dar poder aos generais. O problema é dar poder aos guardas da esquina”. A frase não foi bem essa, mas o sentido é o mesmo.
Novo normal? Onde?
Um dos personagens que se destacam no brejo de suspeições está o governador do estado do Rio, Wilson Witzel, cuja cabeça está pendurada na Alerj. Praticante da política eleitoreira rasteira, ele esteve em Niterói segunda-feira para entregar títulos de propriedade dos seus imóveis para 417 famílias do Morro do Preventório. O governador acha que ludibria o povão legalizando casas situadas perto de abismos ao invés de dar moradia decente, sem o jugo das milícias e do narcotráfico.
A jurássica política da bica d’água, vulgo toma lá dá cá, moeda de troca, está perdendo a força vertiginosamente de acordo com conceituados analistas. O eleitor está cansado, farto, exausto de ser cúmplice da esperteza, fazer papel de otário.
Falta de respeito, motocicletas rodando 24 horas por dia sem silenciosos, cidade sendo engolida pelas construções ilegais, preços fora de controle, CEF, INSS, Ministério da Cidadania jogando lixo na cara do contribuinte são cenas que compõem o tal “novo normal”.
Novo normal? Onde?
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