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Novela do desemprego, drama real nos estaleiros da Ponta d’Areia, em Niterói

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Começou a nova novela das nove da TV Globo, Amor de Mãe, com cenas no Morro da Penha e na Ponta D’Areia, para alegria dos moradores que imaginam que a projeção desse bairro que fica perto do Centro de Niterói possa despertar as autoridades do governo federal para a adoção de medidas que permitam a  retomada da indústria naval.

O cenário fora da TV é outro, de desânimo e desesperança, com embarcações paradas no cais da Rua Barão de Mauá e trabalhadores de braços cruzados em busca de um serviço.

Estaleiros sem encomendas

A Ponta D’Areia e a Ilha da Conceição, bairros próximos, já tiveram seis grandes estaleiros empregando 30 mil operários navais e metalúrgicos.

Hoje têm cerca de três mil operários atuando na parte de reparo naval, setor que vem melhorando lentamente.

Não cabe ao município nem ao estado, e sim ao governo federal, incrementar uma política de indústria naval. Um ex-presidente de estaleiro acredita que isso, se entrar nos planos federais hoje, somente deverá ter efeitos daqui há uns dois ou três anos.

Na Ponta D’Areia já foram construídos muitos navios, mas agora com a crise econômica, a mudança de Governo e a demanda reprimida por parte da Petrobras o bairro está patinando em águas paradas, esperando bons ventos, para a retomada desse setor importante para o desenvolvimento do país.

Mas a Ponta D’Areia deverá sobreviver a mais esta de muitas crises que experimenta desde a criação do Estaleiro Mauá, fundado pelo empresário Irineu Batista de Souza, o Barão de Mauá, seguido depois pelo conde Pereira Carneiro e muitos outros.

O bairro teve momentos de glória e desenvolvimento. Um castelo que resiste ao tempo foi residência da condessa Pereira Carneiro, que foi dona do Jornal do Brasil.

O importante é que a sua gente continua resistindo heroicamente. Afável, ordeira, sempre esperançosa por dias melhores, fazendo do bairro um mar de paz e tranquilidade.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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