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Niterói lixo zero, coleta seletiva idem

Escrito por Gilson Monteiro às 08:42 do dia 5 de outubro de 2017
Sobre: Debaixo do tapete
05out

O descarte do lixo é hoje um dos principais problemas das cidades brasileiras, e seu manejo representa gastos significativos do orçamento municipal, seja pela má gestão ou até mesmo pela malversação de recursos com o superfaturamento dos serviços de coleta contratados por alguns municípios.

Grande parte desses problemas seria resolvida com a população contribuindo individualmente para as boas práticas de gestão de resíduos. Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, pretende demonstrar como “um novo modelo para a gestão de resíduos sólidos, onde o lixo deixa de ser um problema e passa a ser um bem indutor do desenvolvimento econômico, social e ambiental”, pode contribuir para a qualidade de vida de Niterói.

Dia 21 de outubro, o Instituto Lixo Zero Brasil realiza a primeira edição do Fórum Municipal Lixo Zero, na Famath – Faculdades Integradas Maria Thereza, das 8h30m às 18h. Serão apresentadas dezoito práticas nas áreas de Tendências Ambientais, Conscientização e Educação para o Lixo Zero, Redução, Reuso, Reciclagem, Compostagem, Hortas Comunitárias, Design, Ações Comunitárias e Políticas Públicas.

Em Niterói, onde a prefeitura mantém uma lixeira no Morro do Céu, no Caramujo, eufemisticamente denominada como “célula emergencial”, e onde a maioria da população parece acreditar que basta colocar os detritos na calçada que a prefeitura recolhe, ainda há muito a se fazer pela cultura da coleta seletiva de lixo.

A Companhia de Limpeza Urbana (Clin) tem um programa de coleta seletiva que, além dos recicláveis comuns (papel, plástico, vidro e metal) tem projetos para reaproveitamento de óleo de cozinha usado, pilhas, pneus e isopor.

Mas estes programas da Clin apresentam resultados tímidos, pois a maioria das residências e condomínios não assume o ônus da separação seletiva dos materiais, nem a companhia de limpeza lhes facilita muito isto, cuidando somente do recolhimento seletivo porta a porta nos endereços cadastrados na cidade oferecendo apenas como bônus a possibilidade de estarem de bem com a consciência ambiental.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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4 thoughts on “Niterói lixo zero, coleta seletiva idem

  1. Caro Gilson Monteiro,

    Sou Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, citado na matéria. Quero agradecer muito a divulgação do evento Fórum Municipal Lixo Zero que vai acontecer em Niterói, dia 21 de outubro. Infelizmente eu não poderei estar presente neste evento, pois estarei na organização da Semana Lixo Zero, que acontece em mais de 12 capitais e 40 cidades. A semana, lei em diversos municípios, tornou-se o maior evento do mundo sobre lixo zero.

    Em Niterói, temos a iniciativa de um grupo maravilhoso, formado por jovens preocupados em construir o mundo que desejam para si e para as futuras gerações, chamado de COLETIVO NITERÓI LIXO ZERO. Eles estão aplicando a metodologia distribuída pelo Instituto e organizando o Fórum Municipal Lixo Zero e outras ações. Este evento é mágico, inspirador. Como você falou, temos seis painéis, com três boas práticas, em que seus empreendedores sociais, todos de Niterói, seus vizinhos, amigos, vão apresentar o que fazem, como realizam e mudam o seu mundo. E estou agradavelmente surpreso com Niterói. Que comunidade valorosa vocês tem ai. Exemplos não faltam. E os jovens do Coletivo Lixo Zero estão fazendo uma curadoria, um trabalho excelente. Um evento que promete ser um marco.

    O conceito lixo zero diz que devemos determinar uma meta para a redução do envio de resíduos para aterros. Estamos enviando literalmente dinheiro para o aterro, diariamente. Nesta crise, o lixo chega a representar o terceiro orçamento de muitas cidades brasileiras. O posto de saúde que queremos, está no lixo. A escola, a creche que desejamos, está no lixo. Esta situação tem que mudar, mas não está somente na mão do estado. A lei 12.305 determina que a responsabilidade é compartilhada, entre governo, indústria, comércio e CONSUMIDOR. E é este o mais importante agente desta corrente.

    Para chegarmos ao lixo zero, precisamos inicialmente de um Acordo Social. O que está acontecendo em Niterói é um embrião deste movimento, onde a sociedade civil organizada toma para si também a responsabilidade pela solução deste problema, que atinge a todos, passa pela mão de todos. Este movimento levará a construção de uma cidade lixo, onde iremos economizar recursos, aumentar a eficiência, gerar emprego e renda, atrair investidores, incentivar empreendedores, e principalmente mobilizar para uma cultura cidadã.

    Niterói neste ponto é para nós do Instituto Lixo Zero uma grande esperança de modelo. Além de contar com o surgimento de um coletivo, da sociedade civil, e de este encontrar diversos exemplos serem praticados na cidade, ainda contamos com a CLIN, empresa que em minhas entrevistas, quando em visita a cidade, foi demonstrado um carinho e um respeito muito grande por parte da população. Além disso, a empresa conta com a presidência do Luiz Carlos Froes Garcia, profissional técnico de mais de 30 anos em gestão de resíduos, e nos últimos, importante apoiador do Lixo Zero. Contamos também com a atenção do prefeito. Assim, com todos unindo forças, teremos sim, confio eu, uma Niterói rumo ao lixo zero.

    Quero aproveitar o espaço, para mais uma vez, para agradecer ao Coletivo Lixo Zero Niterói. Lindo trabalho.

    https://www.facebook.com/events/176474142917858/179543589277580/

  2. a maioria dos paises europeus, remuneram a devolução o lixo reciclavel, como garrafas pets e etc.. Ganha-se vales descontos aceitos em mercados e restaurantes. e quase tudo é automatico, coloca-se os pets na maquina e recebe o vale desconto.

  3. Parabéns pelo artigo. Ele acerta em cheio quando diz “(…) a maioria da população parece acreditar que basta colocar os detritos na calçada que a prefeitura recolhe (…); Um olhar histórico cuidadoso explica claramente de onde vem tal mentalidade: mais uma vez – como eu já repeti em vários dos meus comentários por aqui, trata-se de ranço colonial e obsoleto, do qual não conseguimos nos livrar. Cada um é responsável por seu próprio lixo, e deve se esforçar para dar-lhe a destinação correta. Para isso, precisamos todos nos organizar e pressionar a prefeitura para disponibilizar locais adequados para despejo, e que não existirão em frente de cada endereço da cidade, como queremos, mas em locais predeterminados e acessíveis aos moradores dos diferentes bairros da cidade. Não dá mais para insistir no velho costume de jogar o lixo em qualquer lugar e esperar que alguém (em geral um preto de favela) venha catar. Isso vale também (e muito) para os moradores das favelas, que adoram jogar seu lixo nas encostas dos morros (um absurdo indesculpável!). É urgente que mudemos nossa postura em relação ao lixo. Não só a isso, mas em relação a tudo que nos cerca.

  4. Eu penso assim..” Em cada bairro deveria existir os catadores de lixo reciclável,é o restante sim ser recolhido pela Prefeitura”. Os catadores iriam pedindo as pessoas a separação e assim além de gerar renda para os catadores iria facilitar a coleta do lixo para Clin”.

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