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Niterói, a cidade mais ‘revitalizada’ e ‘requalificada’ do país, só que no papel

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Revitalização é a palavra mais usada nos últimos anos pela prefeitura de Niterói. É só perguntar ao Google que o site de pesquisa mostra maravilhosos projetos de maquiagem da cidade. As obras, no entanto, pouco vão além da promessa. Foi assim com a antiga Rua Moreira César, que a prefeitura passou a chamar de Ator Paulo Gustavo, mas não concluiu a remodelação do badalado espaço comercial.

Agora o prefeito Axel Grael mudou a palavra mágica para “requalificação”. Com ela adjetiva a proposta para dar nova cara à orla de Charitas. Com a requalificação no discurso também apresenta o Parque Orla Piratininga (POP, para os íntimos).

Ao custo de R$ 47 milhões, a municipalidade promete revitalizar (olha a palavrinha, de novo) a lagoa. A obra já foi licitada para a recomposição vegetal da orla lacustre, e implantação de um sistema de águas pluviais beneficiadas por jardins filtrantes. Estes deverão evitar a poluição trazida pelos rios que nela desembocam.

Esta semana outro projeto chegou à mesa do prefeito. O da “requalificação” da Orla de Charitas. Um concurso nacional organizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) escolheu como melhor proposta a apresentada pelo escritório de Luiz Eduardo Índio da Costa (veja aqui).

A Nova Orla de Charitas terá, para variar, quiosques padronizados, uma ciclovia em todo o calçadão, uma praça com deck suspenso sobre o mar, um píer público e pistas para bondes VLT e ônibus BHLS.

Da prancheta para a burocracia licitatória, a “requalificação” ainda deverá percorrer um longo caminho. Antes, porém, leitores da Coluna perguntam por que a prefeitura não faz a drenagem da Avenida Sylvio Picanço para acabar com os alagamentos em dias de chuva. Ou intervenções para evitar o despejo de esgoto na praia?

Lembram os leitores que muitas outras “revitalizações” não saíram do papel. Aguardam até hoje a inauguração do Mercado Municipal, na Avenida Feliciano Sodré. E mais: a reforma do Cinema Icaraí, a urbanização da orla desde o mercado de peixes até a praia de Icaraí; e a reurbanização do Centro da cidade. Este último seria “revitalizado” através de uma operação urbana consorciada com a Odebrecht. A empresa de engenharia caiu na Lava Jato, e o projeto foi por água abaixo.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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