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Niterói atrasa obras em encostas de risco

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Um programa de contenção de encostas de alto risco em Niterói se arrasta desde 2013, início da primeira gestão de Rodrigo Neves na prefeitura. Relatório da Caixa Econômica indica que as obras estão atrasadas. Em 2013, o Ministério das Cidades autorizou o repasse de R$ 23.831.544,25 para a municipalidade. Devido ao atraso na execução do programa nos cinco anos de existência do convênio, a Caixa somente pagou R$ 15.997.747,45 (67,13% do valor total), enquanto a prefeitura concluiu 58,81% do trabalho de contenção.

Segundo o relatório da Caixa, a pendência registrada como justificativa para o atraso das obras em 14 encostas de alto risco é uma irregularidade na documentação técnica da empresa de engenharia contratada pela Prefeitura.

Desde a tragédia do Morro do Bumba, em que há oito anos morreram 48 pessoas, até a de ontem no Morro Boa Esperança, com 15 mortes, a prefeitura de Niterói não se preparou tecnicamente para enfrentar os riscos de deslizamentos de encostas, segundo avalia Elson Nascimento, professor de Recursos Hídricos do Departamento de Engenharia Civil da UFF, em entrevista ao repórter Luiz Ernesto Magalhães, no jornal O Globo deste domingo (11/11).

– Na época do Bumba, a prefeitura de Niterói anunciou planos para criar órgãos semelhantes ao Geo-Rio e ao Rio Águas, que ajudam na prevenção a acidentes naturais na cidade do Rio. Mas não foram levados adiante – disse o professor.

A prefeitura garante que, nos últimos cinco anos, “já realizou mais de 50 obras de contenção, onde foram investidos mais de R$ 150 milhões”. E lista as seguintes: na Grota do Surucucu, em São Francisco; Morro do Holofote, no Fonseca; Morro do Palácio, no Ingá; Rua Engenheiro Guilherme Greenhalgh, em Icaraí; Rua Fagundes Varela, entre Ingá e Icaraí; Travessa Beltrão, em Santa Rosa, além da obra na Rua Martins Torres, em Santa Rosa, concluída em março de 2017, onde uma pedra de 25 toneladas rolou em 2015.

Esta última obra de contenção somente aconteceu depois que os moradores de um conjunto residencial ameaçado pela pedra conseguiram que o Ministério Público Estadual investigasse e cobrasse solução à prefeitura. Mesma sorte não tiveram os moradores do Boa Esperança, que perderam casas e vidas porque há dois anos a prefeitura nada fez, quando ocorreu um deslizamento no morro de Piratininga.  Em 2016, sete casas e uma loja foram destruídas. A prefeitura pagou por um tempo o aluguel social às famílias, e depois largou-as à própria sorte. As pessoas voltaram a reconstruir no barranco porque não tinham onde ficar. E deu no que deu.

 

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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