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Niterói abandona população de rua

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Niterói vê, a cada dia, aumentar o número de mendigos nas calçadas, principalmente de Icaraí e do Centro. Muitos vêm de outros municípios, mas a cidade tem também os seus mendigos ilustres, como o músico Wigberto Rodrigues, ex-baterista do conjunto Celso Blues Boy e de Tim Maia, que vive ao deus-dará debaixo das marquises da Rua Moreira César.

A Secretaria municipal de Assistência Social e Direitos Humanos virou um grande cabide de empregos no atual governo. Segundo os dados mais recentes disponibilizados pela prefeitura no Portal da Transparência, em maio deste ano a pasta contava com 223 servidores, que receberam um total de R$ 406 mil naquele mês.

O absurdo maior foi registrado em 2014, quando a secretaria contratou serviços de bufê à empresa EXB por R$ 349 mil. Reeleito para mais um mandato, o prefeito Rodrigo Neves agora propôs à Câmara de Vereadores cortar em 22 por cento o orçamento da Assistência Social e Direitos Humanos. Dos R$ 20,8 milhões de despesas previstas para 2016, no ano que vem o orçamento será de R$ 16,2 milhões. Um corte de R$ 4,6 milhões que, certamente, não vai fazer muita diferença para a população de rua até hoje desassistida pelo contingente de funcionários da Assistência Social.

Em 2015, a prefeitura explorou ao máximo em notícias nos jornais e na televisão, o atendimento que prestara ao músico Wigberto no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba. Depois a equipe do hospital começou a dizer que Wigberto corria o risco de tornar crônica sua doença mental se ficasse ali internado. Uns acharam melhor ele viver livre, nas ruas, para onde acabou voltando. De novo voltou a viver jogado nas calçadas de Icaraí, mendigando um prato de comida e água para não morrer de sede e de fome.

O único trabalho social que se vê nas ruas é feito por  voluntários de programas sociais realizados por igrejas evangélica e católica. Na Rua Miguel de Frias, a Marinada realiza um trabalho permanente de apoio e assistência aos moradores de rua. Muitos voluntários também distribuem sopas à noite para essa população.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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