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Nem tudo são flores na Paulo Gustavo, rua desconhecida da Assistência Social

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Passadas as homenagens ao ator Paulo Gustavo, a rua que agora leva o nome dele, em Icaraí, continua esquecida pela prefeitura. Nem tudo são flores no famoso point comercial de Niterói, endereço que parece ser desconhecido da Secretaria de Assistência Social.

Nada mudou na antiga Moreira César. Sob a marquise onde funcionou uma agência do Bradesco, catadores de recicláveis acumulam pilhas de sacos. Um colchão os acolhe nas noites quentes ou frias. Um cão guarda preguiçosamente os pertences das pessoas que ali vivem “em situação de rua”, como as classifica a Assistência Social. O número de pedintes aumenta dia a dia nas portas do Banco do Brasil, padarias e supermercados.

O marketing político do prefeito Axel Grael, que gasta milhões com publicidade e assessoria de comunicação, faturou com a mudança de nome da rua. Com novas placas nas esquinas, a Paulo Gustavo continua como sempre foi a antiga Moreira César: largada à própria sorte.

Moradores e comerciantes contribuem com altas taxas e impostos recebendo quase nada de volta em serviços públicos. Contudo, a comunicação social da prefeitura, que consome mais de R$ 3 milhões por ano, e a propaganda oficial (outros R$ 10 milhões) se esmeram em pintar uma Niterói bonitinha e bem arrumada.

Diz o site da prefeitura que “a Secretaria de Assistência Social realiza ações de rotina da equipe de abordagem, em conjunto com a Guarda Municipal e a Clin (empresa de limpeza urbana), fazendo o “convencimento de pessoas em vulnerabilidade social para o acolhimento nas unidades municipais”.

Acrescenta que essa abordagem “é feita em rotas, durante a semana, nos locais identificados pela quantidade de pessoas em situação de rua e acúmulo de pertences”. A secretaria diz no site da prefeitura, que providencia documentos e o recâmbio de pessoas de outros estados e municípios. Para quem  aceita o acolhimento, afirma dispor de 240 vagas em cinco unidades e em um hotel arrendado pelo município.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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