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Nascido e criado em Niterói, Canhotinha de Ouro tira de letra o isolamento social

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Gerson de Oliveira Nunes, o Canhotinha de Ouro da Copa do Mundo de 1970, comemorou no domingo as bodas de ouro do tricampeonato fazendo tabelinha com a esposa, Maria Helena, na atividade doméstica da casa em que moram em São Francisco, também há 50 anos.

Na mesma hora em que a seleção canarinho vencia a Itália por 4 gols a um, Gerson lavava louças na cozinha. Dono dos passes mais precisos do mundo, capaz de colocar a bola nos pés do companheiro em melhor posição para chutar a gol, neste domingo (21/06) o Canhotinha não se mostrava tão craque assim na pia. “Ele quebra alguns copos, quando lava a louça”, diz com carinho Maria Helena.

Gerson fez o meio de campo na seleção formada por Felix, Carlos Alberto Torres, Brito, Wilson Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Rivelino, Jairzinho, Pelé e Tostão.

Esse timaço era uma orquestra afinada da bola, com craques nas onze posições, que faziam o que queriam no campo, para delírio dos amantes do futebol de todo o mundo.

O meia armador, que tem o apelido de Papagaio, por ser um grande tagarela, ocupa parte do tempo no estúdio bem montado na casa da filha Patrícia, em Pendotiba, gravando para o programa Canhotinha 70, no YouTube, e faz comentários para a Rádio Tupi.

Também arrumou tempo para incrementar o seu xodó, o Projeto Canhotinha de Ouro, comandado pela filha Patrícia, com cinco mil jovens carentes inscritos em vários núcleos de escolinhas de futebol. Para participar, os atletas têm que estar estudando. Recebem todo o apoio, inclusive atendimento médico e dentário, graças à parceria com a Unimed Leste Fluminense.

Uma história de fé, sucesso e vitórias

Gerson nunca usou roupa de grife, mas no primeiro contrato, comprou um relógio Rolex e um cordão de ouro vistoso que ladrões roubaram. Substitui por outros dois, também roubados. Nas três vezes, a medalha do Sagrado Coração de Maria, dada pela saudosa filha Cristiane, sempre ficava caída no chão e ele a recuperava. A data santa se comemora justamente na véspera da conquista do título, no dia 20 de junho. Depois o craque trocou por um cordão de ouro fininho, mas manteve no peito a medalha que continua lhe trazendo proteção.

Pai de duas filhas e avô de Ricardo, que seguiu a carreira esportiva, mas na área de marketing; e de Juliana, que estuda engenharia de comunicações na UFF, Gerson começou sua carreira com a bola no time São Domingos. Transferiu-se em seguida para o vizinho Canto do Rio. Atravessou a baía e profissionalizou-se no Flamengo, em 1959. Permaneceu no rubro-negro por quatro anos e conquistou títulos, entre eles o Carioca de 1963.

Depois foi para o Botafogo, onde jogou com Garrincha, sagrando-se campeão Brasileiro e conquistando os títulos do Carioca de 1967 e 1968, entre outros.

Foi para o São Paulo, onde foi bicampeão paulista de 1970 e 1971. Encerrou a carreira no Fluminense, seu clube do coração, vencendo o Carioca de 1973, quando pendurou as chuteiras, mas manteve a fama.

Gerson, mais do que uma estrela do futebol brasileiro, orgulho dos niteroienses, vai completar em janeiro 80 anos. Personagem de muitas histórias, conquistas, emoções, gols, passes certeiros, tinha o hábito de fazer o sinal da cruz, antes de cada partida, pedindo a proteção de Deus. E teve!

 

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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