A instalação do Cine Drive In no Caminho Niemeyer e a entrega do espaço para uma empresa explorar estão sendo investigadas pelo Ministério Público estadual. A promotora Renata Scarpa, da Tutela Coletiva e Defesa da Cidadania, oficiou à Prefeitura de Niterói cobrando explicações sobre o patrocínio de R$ 295 mil feito pela Neltur à ong Campus Avançado. O MP também quer saber por que, depois de dois meses, a ong entregou o drive-in a uma empresa privada.
Em junho do ano passado, a Coordenadoria Geral de Eventos (que fazia parte da Secretaria Executiva do então prefeito Rodrigo Neves) determinou à Fundação de Arte de Niterói (FAN) e à Empresa Niteroiense de Turismo (Neltur) que patrocinassem a montagem de toda a estrutura do drive-in. Ficou tudo a cargo da Campus Avançado, que contratou a Planet Cinemas para exibir os filmes.
A estrutura paga pelo município tinha uma tela de projeção de 220 metros quadrados. O pátio do cinema podia receber até 110 carros. A proposta, segundo a prefeitura, foi a de amenizar o isolamento social dos moradores de Niterói, oferecendo alternativa aos cinemas fechados pela pandemia do coronavírus.
O Niterói Cine Drive In estreou em 25 de junho, com o filme “Minha mãe é uma peça 3”, de Paulo Gustavo. Os ingressos custavam R$ 10 por veículo, e o dinheiro seria destinado a um banco de alimentos criado pela prefeitura.
Montada a estrutura do drive-in com recursos da Neltur, a programação e exibição de filmes ficou a cargo da Planet Cinemas (que tem salas de projeção no shopping Itaipu Multicenter). Foram exibidas 31 sessões ao ar livre, entre o final de junho e o mês de julho. Passaram pela bilheteria 4.340 carros, totalizando uma receita de R$ 43,4 mil.
O Ministério Público investiga por que, depois de a prefeitura anunciar o fechamento do Cine Drive In em 30 de julho, entregou a estrutura montada no Caminho Niemeyer à Planet, para a empresa continuar com o empreendimento. Não teria havido concorrência pública.
A Planet recebeu o espaço em agosto. Anunciou que transformaria a área numa arena, com palco para shows e apresentações variadas, sem deixar a exibição de filmes de lado. Os ingressos passaram, então, de R$ 10 para R$ 50 e até R$ 100 por veículo.
A promotora Renata Scarpa quer saber por que a prefeitura cedeu o espaço público para a Planet cobrar ingressos mais caros e até vender comidas e bebida.
A Planet desistiu do negócio na metade de agosto, quando fortes rajadas de vento danificaram o gigantesco telão de 220 metros quadrados. A empresa cancelou as exibições programadas para os dias 15 e 16, devolvendo o dinheiro dos ingressos previamente vendidos, e fechando de vez o drive-in.
continuem, ninguem vai preso.
Mais um empreendimento nebuloso da prefeitura com cheiro de lavagem de dinheiro…