Desde quando o Ministério Público estadual (MPRJ) passou a conferir in loco quem trabalha nos órgãos da Prefeitura de Niterói, os funcionários fantasmas passaram a se revezar nas repartições. São tantos que as instalações, mesas e cadeiras são insuficientes para todos ao mesmo tempo.
Até hoje, o prefeito Axel Grael não cumpriu decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, que confirmou uma sentença da 7ª Vara Cível de Niterói para que demita 619 cargos criados irregularmente pela administração municipal. Grael foi multado em R$ 5 mil por dia de descumprimento da ordem judicial. Recorreu ao TJ, mas teve negado o provimento.
A diligência do MP na caça aos fantasmas começou depois que o órgão fiscalizador levantou o chamado “Escândalo da Emusa”, uma empresa pública que abrigava centenas de apaniguados e parentes de políticos. Agora, a atenção está focada principalmente nas dezesseis administrações regionais. Empregam 294 servidores indicados por vereadores. A grande maioria deles está em cargos comissionados. Ao todo, o município gasta R$ 1,422 milhão por mês com os vencimentos das regionais.
A folha de pagamento generosa não é problema para a falta de espaço para tanta gente nas Administrações Regionais. A do Ingá, por exemplo, que está instalada no porão do palco da Concha Acústica, no Gragoatá, tem 34 funcionários em seu quadro. Recebem um total mensal de R$ 134 mil.
Dentre todas, a do Sapê, Badu e Matapaca, foi a única onde os promotores de Justiça encontraram os 18 funcionários dando expediente. As diligências do MPRJ prosseguem em toda a prefeitura de Niterói. A municipalidade dispõe de 65 órgãos com status de secretaria e mais de seis mil comissionados.
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