Ao mesmo tempo em que as autoridades policiais abriram inquérito para apurar a responsabilidade pelas queimaduras graves no corpo de um bebê de seis meses internado no Getulinho, no Fonseca, o Ministério Público Estadual deveria apurar como já foram gastos cerca de R$ 300 milhões com o hospital administrado por uma organização social.
No primeiro mandato do prefeito Rodrigo Neves ele contratou o Instituto Ideias para fazer a gestão do hospital infantil do município. Foram repassados, então, pelo Fundo Municipal de Saúde à organização social R$ 97,9 milhões. Nos últimos quatro anos, a Ideias já recebeu mais R$ 192,8 milhões.
O MP precisa apurar se essa dinheirama toda está sendo devidamente aplicada na compra de equipamentos hospitalares, de material descartável e medicamentos e no pagamento de pessoal qualificado (médicos, enfermeiras etc).
O presidente da Comissão de Saúde e Bem-Estar Social da Câmara de Vereadores, Paulo Eduardo Gomes, pediu esclarecimentos à Secretaria de Saúde sobre o grave acontecimento ocorrido com o bebê no Getulinho, já que o hospital, até agora, está se negando a revelar as causas do acidente aos pais da criança.
O delegado titular da 78ª DP (Fonseca), Luiz Jorge, afirmou que perícias seriam realizadas na tarde desta quinta-feira (20). A direção do hospital será intimada a prestar depoimento.
“Nós solicitamos três perícias para o local pela 78ª DP. A primeira perícia é a de local do ICCE [Instituto de Criminalística Carlos Éboli]. A segunda é do IML [Instituto Médico Legal]. E a terceira vai ser feita hoje que é a engenharia clínica”, afirmou Luiz Jorge.
“As intimações vão ser feitas hoje, vai ser chamada a direção e quem trabalhou com ela [a criança] diretamente. Os parentes alegaram que foi um banho de imersão na água quente. Mas, pelas fotografias, dá para inferir que não se trata disso. Aparentemente, uma manta quente mesmo”, completou.
No momento em que governadores entregaram a Saude para as tais organizações sociais, os hospitais viraram uma fonte de roubalheira. São milhoes destinados aos diversos hospitais e todos os dias levamos sustos com os desvios e “sumiços” de equipamentos, recursos etc. Contratam profissionais sem qualificação para baratear os custos e sobrar mais para as tais “organizações”. É tudo vergonhoso.