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Moradores em situação de rua: Niterói está largada em todos os bairros

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Pessoas em situação de rua ocupam calçada da Rua Gavião Peixoto, em Icaraí

O abandono não é só no Centro, Niterói está largada em todos os bairros. Os lojistas da Rua Gavião Peixoto, em Icaraí, estão preocupados com o aumento de moradores de rua em suas portas. Isto, segundo os comerciantes, tem afastado os clientes da movimentada rua comercial da Zona Sul de Niterói. Lembram que pagam ao município um dos IPTUs mais caros do país. Tem loja alugada recolhendo mais de R$ 40 mil por ano, pelo imposto municipal.

– Além de fazerem suas necessidades na calçada, brigam entre si. Certa vez fizeram uma fogueira que se transformou em incêndio, que poderia destruir o quarteirão, por sorte os Bombeiros chegaram e apagaram o fogo. Os comerciantes ficaram uma manhã sem poder trabalhar devido à falta de luz – relata um lojista.

Depois que Rodrigo Neves assumiu a Secretaria Executiva, a politicalha tomou conta de todos os órgãos, onde só aparecem obras eleitoreiras visando ao pleito do ano que vem. Não adiantam as inúmeras reclamações feitas à prefeitura, que às vezes manda uma assistência social ao local para ouvir o morador daquela calçada, sem, no entanto, tomar nenhuma providência efetiva para resolver a situação da pessoa desvalida, nem devolver a ordem pública.

Isto acontece apesar dos milhões de reais gastos por Niterói com Assistência Social, cuja folha de pagamento mensal soma R$ 876.643,42. O município emprega 295 servidores nessa pasta, sendo 77 assistentes sociais (59 estatutários e 18 comissionados), 37 psicólogos no quadro de funcionários efetivos e 12 cuidadores sociais (estatutários), além de 15 conselheiros tutelares. Os demais estão contratados como trabalhador, merendeira, auxiliar de creche, e para funções administrativas.

A prefeitura de Niterói diz, em seu site, que sua Secretaria de Assistência Social e Economia Solidária “atua de forma ininterrupta nas ações de abordagem social especializada com rondas preventivas nas regiões de maior concentração de pessoas em situação de rua”. Ressalta, porém, que “a legislação brasileira não permite o acolhimento compulsório”, e que o trabalho da secretaria é de “sensibilização e convencimento da população em situação de vulnerabilidade social”.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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