O saudoso Ricardo Boechat dizia que sempre tem um niteroiense em qualquer parte do mundo. Há quatro dias (28/01), não foi diferente na praia do Sueste, em Fernando de Noronha, onde um tubarão tigre mordeu a perna direita da menina Nicole, de oito anos. O médico Leandro Crespo, chefe da cirurgia do Hospital Icaraí, estacionava seu bugre quando começou a ouvir gritos de socorro. Conta que saiu correndo e encontrou na areia um quadro desesperador. Com a sua experiência de cirurgião e a ajuda de mais dois médicos conseguiu fazer um garrote com as luvas que lhe deram e estancou o sangue da menina.
Nicole foi colocada na caçamba de uma pic-up. Leandro Crespo seguiu com ela até o hospital da ilha. No meio do caminho, a menina foi transferida para uma ambulância do Corpo de Bombeiros. “No hospital de Fernando de Noronha (São Lucas) encontrei uma equipe extraordinária, com duas médicas novas e enfermagem de alto nível e experiência. Foram cinco horas de tensão dentro do centro cirúrgico, sendo feitos todos os procedimentos corretos e necessários”, afirma o doutor Crespo.
Médicos do Hospital Português, em Recife, ficaram impressionados como Leandro Crespo conseguiu comprimir a veia femoral de Nicole sem fazer nenhuma ligadura. Antes de ser transferida para lá, a menina tomou duas bolsas de sangue no hospital da ilha, enquanto a mãe só pedia para o doutor Crespo não sair do lado da filha.
O médico estava de férias com a família. Naquele dia ia comemorar o aniversário da mulher. Ao ouvir o choro desesperado da mãe de Nicole, correu direto ao encontro delas. “Deus me colocou naquele local, naquele momento, para ajudar a salvar a vida de Nicole”, diz Leandro Crespo.
Todo dia ele liga para a mãe de Nicole, para acompanhar a recuperação da menina que teve a perna direita amputada. A informação que recebeu nesta segunda-feira (31/01) é a de que a paciente deverá ter alta na sexta-feira, podendo voltar para casa em São Paulo.
Formado em Campos (RJ) fez residência médica em cirurgia no Hospital São José do Havaí, em Itaperuna. Ali trabalhou por muitos anos até se transferir há 11 anos para o Hospital de Icaraí, onde chefiou a emergência e agora o centro cirúrgico.
Nicole estava com o pai e a mãe passando férias em Fernando de Noronha. A família paulista não podia imaginar que aconteceria uma tragédia na tranquila Praia do Sueste. Em carta reproduzida no Instagram pela fotógrafa Michele Roth, a mãe agradeceu ao doutor Leandro, o “anjo da guarda de Nicole.
Escreveu a mãe:
“Em meio ao desespero de entender e salvar rapidamente nossa filha, na areia por milagre já havia seis médicos (em férias) aguardando para ajudá-la. Um deles, nosso anjo da guarda, cirurgião vascular do RJ, Dr. Leandro Crespo, segurou o sangramento da Nicole por 5h seguidas, em meio à areia, transportes improvisados e um hospital com estrutura precária em Noronha.
Um verdadeiro milagre, uma vez que com o tipo de lesão que ela teve não se costuma chegar com vida à areia. Uma atuação médica impecável de um ser humano generoso e bom a quem seremos eternamente gratos. Ele tinha 3 dias em Noronha com a família, após 5 anos sem férias, e passou o tempo todo conosco, orientando e cuidando com amor e maestria.”
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