Publicidade
Coluna do LAM

Mais uma mortandade de peixes na Lagoa de Piratininga revela descaso total do poder público

Publicidade

Mais uma mortandade de peixes aconteceu esta semana na Lagoa de Piratininga, o que confirma mais uma vez o desleixo e abandono daquele importante patrimônio natural de Niterói. A lagoa morre lentamente há décadas sem que o poder público tome providências efetivas. Prefere o oba oba de planos, maquetes e promessas na tentativa de iludir a opinião pública.

Assoreada desde os anos 1970, objeto de cobiça de setores da indústria imobiliária, o lento fim da lagoa levou muitos pescadores a mudar de atividade.

Em seu site, o Instituto Estadual do Ambiente, Inea, confirma que “o processo de degradação foi acelerado nos anos setenta, a partir de 1978, quando um projeto de loteamento conduzido pela Veplan Imobiliária, promoveu total alteração na região. A região marginal sofreu com aterros e construções, perdendo a cobertura original de Restinga, já quase totalmente extinta. Registram-se remanescentes de Manguezal (mangue-siriúba). Atualmente a Lagoa de Piratininga encontra-se impactada por lançamento de esgotos, assoreamento e aterros para expansão imobiliária.”

Apesar da argumentação de um órgão oficial, o gestor do Sistema Lagunar da Prefeitura de Niterói, Luciano Paez, disse ao jornal A Tribuna que na semana passada o elevado aumento da temperatura do ar provocou elevação térmica nas águas da lagoa. Segundo ele “infelizmente é um fenômeno recorrente.”

No início de 2019 parte do túnel que liga a lagoa o mar desmoronou e os sedimentos impedem a renovação da água. Pelo menos 70 famílias vivem da pesca na localidade e, evidentemente, a qualidade da água é fundamental para essa prática.

Para piorar as coisas, reina uma confusão de informações entre a prefeitura e o Inea. Ainda de acordo com A Tribuna, a prefeitura de Niterói já está com edital pronto para licitação de uma empresa para realizar a desobstrução do túnel do Tibau que vai custar R$ 1,3 milhão. A obra vai durar seis meses e não começou por causa da pandemia de Covid-19. No entanto, a assessoria de comunicação da própria Prefeitura de Niterói informou que o problema é de exclusiva responsabilidade do Inea, que não fala sobre o assunto.

Ou seja, mais uma vez a Lagoa de Piratininga fica à deriva.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

Recent Posts

Criminosos agem livremente em madrugada sem patrulha em Niterói

Flagrante da insegurança: Câmeras captam ação de bandido durante furto à pizzaria Casa di Lucy.…

2 dias ago

Furtos em série escancaram abandono da segurança pública em Niterói

Coberto por uma capa amarela, um “metaleiro” ronda as ruas de Charitas atrás de objetos…

2 dias ago

Tribunal de Justiça fluminense vai instalar em Niterói a 2ª Vara das Garantias

O Fórum do TJ em Niterói será o terceiro do Estado do Rio a ter…

2 dias ago

Niterói se torna polo de cirurgia robótica para câncer de esôfago

O cirurgião Flavio Takeda é um dos poucos especialistas no Brasil habilitados para realizar a…

3 dias ago

Casos de intoxicação por metanol em bebidas acendem alerta em Niterói

 Felipe Ribeiro, diretor médico do CHN alerta: “Metanol pode causar cegueira e falência renal —…

6 dias ago

Marco Lucchesi distribui livros na Amazônia em projeto da Biblioteca Nacional

O almirante João Alberto de Araujo Lampert e o imortal Marco Lucchesi selando a parceria…

7 dias ago
Publicidade