Contribuintes de São Gonçalo estão se assustando com o aumento de até 1,44 mil por cento na taxa de coleta de lixo cobrada nos carnês do IPTU que estão sendo distribuídos pela prefeitura. O valor dessa taxa é bem mais alto do que o do próprio imposto. Além disso, assim que começarem a receber as contas de luz, os gonçalenses vão ter outra surpresa desagradável. É que a taxa de iluminação pública estará embutida nas contas da Enel (ex-Ampla) com até 27% de aumento.
São Gonçalo, vizinha de Niterói, Maricá e Itaboraí é uma das cidades mais sujas e mal iluminadas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Alegando a necessidade de um ajuste fiscal, em junho do ano passado o prefeito José Luiz Nanci conseguiu aprovar uma reforma tributária com o voto de 25 os 27 vereadores do município.
— É a taxa de lixo mais cara do mundo. Pelo preço, o caminhão da coleta deve transportar mil quilos e cobrar 8 mil, ou então transportar ouro – reclama um advogado com escritório em São Gonçalo.
Antes da reforma tributária, cada imóvel pagava os mesmos R$ 12,76 por mês (R$ 153,12 por ano) pela coleta de lixo. Agora em 2018 a taxa varia de acordo com o tamanho do imóvel. A taxa mínima para imóveis até 100 metros quadrados é de R$ 16,76 mensais, ou R$ 201,12 por ano; imóveis de 101 a 150 metros quadrados, taxa anual de R$ 288 (R$ 24 mensais). A taxa mais cara, para casas com mais de 151 metros quadrados, é de R$ 33,52 por mês (R$ 402,24 ao ano). No caso de imóveis comerciais, o valor pode chegar a R$ 184,36 reais por mês, mais de R$ 2.212,32 por ano.
Na conta de luz, a taxa de iluminação pública – que era de R$ 8,38 por mês, passou a ser diferenciada. Quem consome menos de 200 kW, vai economizar. A taxa passa para R$ 6,40 por mês. Se o gasto de energia chegar a 300 kW por mês, o aumento é de 27%. Com isso a taxa passa para R$ 10,64 por mês. E quem consome mais de mil kW por mês vai pagar R$ 83,46 centavos – ou seja, dez vezes mais.