A previsão de que as contas de energia elétrica sejam reajustadas, em março, em 18,11% para consumidores residenciais atendidos pela Enel (antiga Ampla) poderá aumentar ainda mais a inadimplência nos condomínios. Esse reajuste vai se somar ao da tarifa de água, que aumentou 4,72%, e ao dos salários de porteiros, zeladores e faxineiros de edifícios, que estão pedindo uma correção de 12% no piso salarial.
_ Não se justificam aumentos em percentuais muito acima da inflação de 2017, que não chegou aos 3% no ano. Condomínios não geram receita, simplesmente praticam o rateio das despesas comuns entre os condôminos. Como a maioria desses não terão salários, aposentadorias ou pensões reajustados acima do IPCA do período, vai ficar difícil para os síndicos administrarem seus condomínios – afirma Alberto Machado, presiden te do Sindicato dos Condomínios de Niterói e São Gonçalo (SinCond).
Como acontece todo ano, a concessionária Águas de Niterói obteve reajuste da tarifa bem acima da inflação anual. O aumento de 4,72% está 68,5% acima do índice do IPCA acumulado em dezembro, que foi de 2,8%. No caso do reajuste da tarifa de energia elétrica, o índice previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) será cerca de 650% do IPCA.
Em audiência pública realizada na sede da Enel, a Aneel admitiu como previsão de reajuste das tarifas de energia elétrica, a partir de 15 de março, os índices de 18,11% para consumidores residenciais e de 17,28% para as indústrias.
O órgão regulador diz reconhecer que a concessionária acumula desde 2009 perdas de mais de 22% com ligações clandestinas de energia, mas também determinou a Enel que melhore a qualidade do serviço que a coloca como a segunda pior concessionária do país.
Segundo o presidente do SinCond, os condomínios enfrentam hoje uma média de 15% de inadimplência. Por outro lado, a folha de pagamento de funcionários, somada aos encargos sociais, representa cerca de 60% da despesa prevista no orçamento de cada um.
Reajuste de salários nos condomínios
Desde 1° de janeiro, os funcionários de condomínios têm direito à revisão do piso salarial. O Sindicato dos Empregados em Edifícios de Niterói (SEEN) já iniciou campanha salarial reivindicando 12% de reajuste.
Em reunião marcada para a próxima semana, o SinCond vai contrapropor 3,5% de aumento para os empregados de edifícios. Mas a fixação do piso salarial da categoria depende, ainda, da aprovação pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio do salário mínimo regional a vigorar em 2018, retroativamente a 1° de janeiro, para porteiros, zeladores, faxineiros e mais de dezenas de outras atividades, dentre elas a de empregados domésticos.
Representantes dos empregados estão pleiteando reajuste de 6,8% no salário regional, ao passo que empresários defendem a manutenção do piso atual. O governo estadual ainda deverá enviar projeto de lei à Alerj, sujeito a emendas antes da aprovação.
_ O perigo é que, em ano eleitoral, suas excelências, os deputados, gostam de fazer caridade com o chapéu alheio e poderão aprovar um índice completamente fora da realidade, inviabilizando a garantia de emprego não somente em condomínios, mas em consultórios médicos, odontológicos, veterinários e em milhares de micro e pequenas empresas – critica Alberto Machado.
Todas essas empresas tem conhecimento dos roubos qdo entram nessas licitações muita das vezes fraudulentas. Ao invés de irem a fundo nos grandes ladrões ,ficam neste tititi apoiados por esses governos corruptos,travestidos de democratas e escolhem o caminho mais fácil,ou seja,tirar seu prejuízo do povo que paga em dia suas contas. Pior tudo que ganham aqui remetem para seu país de origem.
É fato que muita energia gerada e transportada é consumida clandestinamente, especialmente, mas não apenas, nas favelas. É difícil para quem está de fora mensurar quanto de energia é “roubada”, e que prejuízo isso PODERIA causar às empresas fornecedoras. Poderia, mas não causa, pois tudo que é gerado e distribuído, mas não pago, é rateado por quem tem medidores legalizados; óbvio, já que multinacional nenhuma ganhou a concessão desse serviço público para fornecer energia de graça, e nem é justo que seja obrigada a fazê-lo. Tenho, portanto, umas dúvidas filosóficas: como acabar com o “roubo” de energia elétrica? Todo o aumento na conta de energia elétrica pode ser colocado nas costas do tal roubo? Ou será que tem multinacional por aí querendo aumentar lucros, mas dando uma de “joão-sem-braço” (tudo, sempre, com a conivência do poder público, não nos esqueçamos)? Se a população das favelas só faz aumentar, e com ela o consumo de energia elétrica das residências e estabelecimentos comerciais, como criar condições para que seus moradores e comerciantes possam pagar por toda energia elétrica que consomem, num cenário onde a renda desta parcela da população só faz cair, e as oportunidades de melhora são cada vez mais escassas? População crescente e sem condições materiais adequadas consomem energia sem pagar –> empresas prestadores destes serviços não querem (nem deveriam) arcar com esse prejuízo –> portanto, alguém paga o pato! Quem? Até quando vamos continuar neste círculo vicioso? Como interrompê-lo? O raciocínio acima vale também para o serviço de abastecimento de água.