O segundo ato da ópera da lambança foi quando a prefeitura retirou a placa dias após a inauguração da obra. Todos nós pensamos “ainda bem, vão reparar o erro”. Nada disso. Semana passada, leitores me escreveram dizendo que a mesma placa, com a grafia Luís Antonio P. voltou a boca do túnel. Foi retirada porque houve uma falha na colocação. Logo, o erro escrachado permanece lá, levando a justa ira familiares, amigos, leitores, admiradores e tudo mais do Pimentel.
Na noite de sábado tentei ir checar e fotografar a placa recolocada, mas como centenas de outros motoristas fiquei preso num congestionamento colossal na orla de São Francisco devido a uma bagunça que estavam fazendo naquela ponta que divide o bairro de Charitas, que alguns chamam de “Marina”. Disseram que havia show, barracas, comilança, pula pula, tudo em las coxas como se diz em La Casa del Caciete. No dia seguinte, a tarde, voltei lá e realmente estava um banzé no oeste. Na terça passada o fotógrafo e amigo Poando Ségui, de passagem pela cidade, fez a foto que ilustra este artigo.
O “desomenageado” do túnel Charitas-Cafubá sempre foi chamado de Pimentel. Não conheço ninguém que o chamasse de Luís Antonio, ou de Luís, ou de Antonio. Eu o chamava de mestre por uma questão de justa reverência. Afinal, aquele homem magro, cabelos brancos, sorridente foi um gigante em nossa cidade, em nosso país e em todo o planeta, que traduziu as suas obras. Pimentel viveu no Japão e de lá trouxe o haicai, um estilo de poesia japonesa nascido no século 16.
Pimentel amava Niterói e sua gente. Era amigo de escritores, artistas, poetas, frequentava saraus, lançamentos de livros, ia ao Teatro Municipal com frequência, adorava artes plásticas, venerava o MAC., e, apesar de sua biografia estratosférica, era um homem muito simples. Andava de ônibus, a pé, vivia nas livrarias para conversar com as pessoas. Homem das ruas, ele adorava o contato direto com a cidade.
Não corrigir a placa no túnel que tem o seu nome é uma afronta a ele, a família dele, mas sobretudo é uma falta de respeito com Niterói, cidade que, no passado, ficou famosa por sua solidariedade, generosidade, afeto. Não corrigir a placa é desmerecer e até ofender o homenageado, que foi e é um grande homem e não políticos de quinta categoria que vemos por aí nos camburões da Polícia Federal, avidamente aguardados pelo lixo da História.
Corrijam a placa! Luís Antonio P. é o escambau! Viva o grande Luís Antonio Pimentel!
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