Enquanto 3.238 servidores de Niterói ganham salário mínimo e 292 menos que isso, nos últimos anos os prefeitos têm priorizado a criação de secretarias e coordenadorias para nomear comissionados. Atualmente as 70 secretarias existentes estão lotadas por pessoal nomeado, inchando a máquina administrativa, diz Antônio Fares, presidente do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Niterói.
A Secretaria Executiva é um exemplo da utilização eleitoreira da máquina pública. Instalada em uma saleta ao lado do gabinete do prefeito Axel Grael, ela é formada por um secretário (R$ 22 mil mensais), 17 subsecretários (R$ 16,4 mil), e mais outros 200 nomeados.
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Segundo Fares destaca, Grael foi o prefeito que menos se preocupou com os servidores, recusando-se a marcar audiências ou receber representantes das diversas categorias para discutir questões de interesse da classe.
As perdas salariais dos servidores concursados estão acumuladas em 17,44%. Para repor a inflação do período, seria necessário um reajuste de 21,12%, apenas para recuperar o poder de compra dos salários aos níveis de 2004, conforme estudo do Sindicato dos Auditores Fiscais.
Entre 2010 e 2023, a receita corrente líquida (RCL) do município cresceu nominalmente 475%, o que representa um crescimento real de 171%. Esse descompasso entre o crescimento das receitas municipais e o reajuste geral anual (RGA) evidencia a falta de valorização histórica dos servidores pelos prefeitos que se sucedem no poder há 12 anos.
Para zerar as perdas inflacionárias de 2004 a 2023, seria necessário um reajuste adicional de 21,12%. Caso esse reajuste fosse concedido, a despesa total com pessoal do município passaria de 36,29% para 43,95% da RCL, ainda abaixo do limite máximo de 54% previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
“É flagrante a necessidade de olhar com mais atenção para os servidores que tanto se dedicam ao bom funcionamento da máquina pública. Recursos para isso não faltam”, conclui Antonio Fares.
Os servidores de carreira não são valorizados porque não se sentem na obrigação de fazer campanha para o Alcaide da vez. Enquanto os comissionados são obrigados a fazer campanha para o Rodrigo Pinóquio Neves, senão perdem a “boquinha”.
Simples assim.
Os prefeitos de Niterói e de Itaboraí andam de braços dados na adoção de COMISSIONADOS e pagando salários míseros aos funcionários e PIOR, DESCUMPRINDO LEIS de pisos salariais federais com manobras acoitadas pelas câmaras de vereadores. Essa VERGONHA ainda é acobertada pela tal da justiça e pelo tal do ministério público.
Reportagem interessante
Existem cidades do interior do RJ que tem arrecadação muito inferior a Niterói e que, ao mesmo tempo, suas prefeituras oferecem uma remuneração muito maior aos concursados. Obviamente em Niterói não existe interesse da administração em ter concursados justamente para sobrar recursos para os apadrinhados. No passado a “esquerda” valorizava os concursados. Hoje isso já era.