Publicidade
Notícias

Justiça corta bolsas de ensino pagas a professores de pós da UFF

Publicidade
Decisão judicial afeta 67 cursos de pós-graduação da UFF, com 1.236 alunos inscritos

A Justiça federal cortou o pagamento de professores dos 67 cursos de pós-graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF). Eles não podem mais receber bolsas de ensino, pesquisa e extensão como contraprestação pelos serviços prestados. Os 1.236 alunos de lato sensu e MBA estão preocupados com a continuidade das aulas.  

Há 16 anos o Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública apontando que a UFF utilizava a Fundação Euclides da Cunha para gerir ilegalmente a receita daqueles cursos e remunerar os docentes.

A juíza Mariana Silva Fonseca, da 3ª Vara Federal, em Niterói, rejeitou as impugnações apresentadas pela UFF e determinou agora o cumprimento da sentença transitada em julgado em abril 2022. Em 21 de março último, a magistrada deu 30 dias para a FEC suspender o pagamento dos professores e seis meses de prazo para a universidade reorganizar seus cursos de pós-graduação.

Em 2008, o MPF em Niterói moveu ação civil pública contra UFF e a Fundação Euclides da Cunha (FEC) para que elas regularizassem a arrecadação e a gestão de recursos dos cursos de pós-graduação lato sensu da instituição. O procurador da República Antonio Augusto Canedo, autor da ação, requeria que as mensalidades fossem depositadas na conta corrente da UFF, e não mais da FEC.

Além da mudança da conta das mensalidades, o MPF pediu, em liminar, que a UFF parasse de pagar bolsas de ensino/pesquisa aos professores que dão aula na pós e que a universidade excluísse a FEC das atividades relacionadas aos cursos (afinal, não há contratação específica). A ação pedia ainda a proibição da arrecadação e da administração de recursos públicos pela FEC.

“Queremos impedir que verbas públicas sejam ilegalmente geridas por uma instituição privada. É público e notório que o uso das Fundações de Apoio na arrecadação das verbas dos cursos só existe para viabilizar o pagamento de ‘bolsas’ aos docentes e coordenadores, o que não poderia ser feito pela própria UFF”, afirmou o procurador Antonio Canedo.

A exemplo de outras universidades públicas, a UFF oferece cursos pagos de pós-graduação tidos como projetos de ensino e extensão. Eles eram vinculados à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, quando os recursos entravam na conta única do Tesouro Nacional. A UFF adaptou suas normas internas para mudar sem justificativa a entrada dessas receitas. Com esses cursos, os professores recebem bolsas de ensino/pesquisa, inclusive aqueles com dedicação exclusiva.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

Recent Posts

Criminosos agem livremente em madrugada sem patrulha em Niterói

Flagrante da insegurança: Câmeras captam ação de bandido durante furto à pizzaria Casa di Lucy.…

8 horas ago

Furtos em série escancaram abandono da segurança pública em Niterói

Coberto por uma capa amarela, um “metaleiro” ronda as ruas de Charitas atrás de objetos…

13 horas ago

Tribunal de Justiça fluminense vai instalar em Niterói a 2ª Vara das Garantias

O Fórum do TJ em Niterói será o terceiro do Estado do Rio a ter…

18 horas ago

Niterói se torna polo de cirurgia robótica para câncer de esôfago

O cirurgião Flavio Takeda é um dos poucos especialistas no Brasil habilitados para realizar a…

2 dias ago

Casos de intoxicação por metanol em bebidas acendem alerta em Niterói

 Felipe Ribeiro, diretor médico do CHN alerta: “Metanol pode causar cegueira e falência renal —…

5 dias ago

Marco Lucchesi distribui livros na Amazônia em projeto da Biblioteca Nacional

O almirante João Alberto de Araujo Lampert e o imortal Marco Lucchesi selando a parceria…

5 dias ago
Publicidade